Toda essa disposição para se envolver nesse tipo de debate estéril é alimentada pela grande mídia. Não faltam matérias e reportagens recheadas de casos comoventes. Gente que perdeu parentes, amigos, casa, patrimônio, sustento, esperanças. Muito triste, é verdade.
Mais triste, no entanto, é a ausência de qualquer aprofundamento sobre as causas das tragédias. Faltam apurações sobre os enormes interesses econômicos da mineração no Brasil e do controle das áreas petrolíferas no Oriente Médio. Sobram closes em rostos e perguntas na medida para fazer o entrevistado chorar.
Ao mesmo tempo, cria um clima de revolta que tem como alvo apenas os políticos, ignorando aqueles que os controlam. As verdadeiras causas das tragédias são criteriosamente selecionadas para esconderem os interesses poderosos que estão por trás delas.
Há terrorismos e terrorismos
Noam Chomsky é um respeitado linguista. Mas não precisa utilizar teorias complexas para mostrar que o conceito de “terrorismo” não é utilizado da mesma maneira em todas as situações pela grande imprensa e governos em geral.
As ações que partem de organizações islâmicas, por exemplo, são sempre terroristas. Já as mortes de centenas de civis inocentes causadas pelos drones estadunidenses são "danos colaterais". Enquanto isso, a França executou 20 bombardeios na Síria, matando mais de cem civis, incluindo crianças.