Foi na freguesia de Pantim, no concelho de Valdovinho, governado polo Partido Popular, que tivo lugar umha açom de higiene democrática em plena luz do dia e com difusom aos meios de comunicaçom. Nesta ocasiom, o alvo da pintura cor de rosa foi umha placa de homenagem a José Antonio Primo de Rivera e aos "caídos" do bando golpista, nada menos.
Quijo-se evidenciar assim o reiterado incumprimento da legalidade vigente após a aprovaçom, já em 2007, da chamada Lei da Memória Histórica, que desde aquela obriga à retirada de símbolos como a placa e a cruz dos "caídos" que ainda adornam a entrada ao cemitério de Pantim.
A impunidade é umha das caraterísticas de um regime, o espanhol, que nunca acertou contas com os responsáveis da guerra civil e do terror aplicado contra centenas de milhares de pessoas na Galiza e no conjunto do Estado espanhol. Contrariamente ao Uruguai, Argentina, Venezuela, Alemanha, Itália e à maioria dos países que sofrêrom ditaduras semelhantes, o Estado espanhol nunca quebrou a linha de continuidade da ilegítima legalidade franquista, limitando-se a adaptá-la às novas circunstáncias.
Hoje vemos o resultado do processo histórico da chamada "reforma" ou "transiçom", umha fraude que deixou intacto o núcleo de poder do regime oligárquico espanhol após 1978 e que, como vemos, mete água por todas as juntas, ameaçando o futuro de todas e todos nós.
Desde o ano 2000, centenas de placas, monumentos e outros vestígios materiais do franquismo fôrom eliminados pola açom direta da esquerda independentista um pouco por toda a Galiza, que pagou com multas, detençons e outras represálias o custo da sua ousadia.
Deve reconhecer-se que antes e depois da aprovaçom da raquítica Lei da Memória Histórica, o independentismo galego tem exercido um pragmático antifascismo contra umha gritante e eloqüente passividade institucional, livrando-nos de muitos símbolos que insultavam e insultam a nossa memória histórica.
Hoje foi o governante Partido Popular de Valdovinho o interpelado pola sua clara identificaçom com o fascismo, umha vez que, em quatro décadas, o PP ainda nom foi capaz de condenar o terrorismo franquista e mantém em pé monumentos como o que NÓS-UP pintou de cor de rosa em Pantim.
Ninguém duvida que a luita da palavra, da razom e das ideias é sempre necessária. Porém, tal como hoje vimos em Valdovinho, na conquista de um futuro livre para a Galiza fam falta mais que palavras.