Foto do Diário Liberdade - Manifestaçom pola independência em Barcelona a 11 de setembro de 2011.
O processo polo qual o Principado da Catalunha tenciona fazer-se dona da sua soberania nacional ficou parado após a multitudinária e histórica consulta popular de 9 de novembro. Agora, dous meses após quase dous milhons de pessoas manifestarem os seus desejos de independência na votaçom, apesar da proibiçom e as pressons de Madrid, o processo parece que poderá sair do bloqueio.
O Presidente do governo autónomo, a Generalitat, Artur Mas (CiU), dixo hoje (07/06) que vai esclarecer as dúvidas sobre o adianto ou nom de eleiçons na semana próxima. Também Oriol Junqueras, porta-voz da ERC (principal partido da oposiçom, social-democrata e que compartilha com a conservadora CiU as teses soberanistas), indicou ontem através das redes sociais que "está próximo do acordo" com Mas.
Esse adianto eleitoral é a chave para o seguinte passo no processo, porquanto após a reiterada e teimosa negativa espanhola a um referendo de independência legal, a via mais fatível passa polas eleiçons plebiscitárias. Aliás, essa via tem sido defendida pola Assembleia Nacional Catalá (ANC) e outras que representam as teses socialmente hegemónicas no que diz a respeito da soberania nacional catalá, mesmo antes da consulta de 9N.
Também a esquerda dos Países Cataláns, unida nas CUP, aderiu as pressons da ANC e da sociedade civil catalá, acrescentando a necessidade de construir nom qualquer estado, mas um "ao serviço da maioria".ao serviço da maioria".
A seguir a consulta, Artur Mas iniciou os contatos com os partidos no parlamento autónomo para convocar eleiçons antecipadas, mas o desacordo sobre a configuraçom das listagens eleitorais. Com a CiU a reclamar umha listagem unitária do independentismo (que cale as reivindicaçons de classe que também estám por trás das reclamaçons populares pola independência) e com a ERC querendo listagens separadas (de forma aos social-democratas obterem rendimentos eleitorais das brutais políticas neoliberais de Mas), as semanas de negociaçom entre esses dous partidos caminharam em um lento mas constante processo de achegamento.
Às pressons populares soma-se agora mais umha razom para que os e as soberanistas queiram acelerar o processo: a unionista Podemos já enviou os seus líderes em Madrid para Barcelona a começarem a campanha contra o independentismo, e parece que em poucos meses essa força unionista terá mais peso na política estatal. Com umha mensagem estudadamente confusa mas deixando clara a sua oposiçom a um processo unilateral, Podemos poderá, segundo algum analista, convertir-se em um problema de primeira ordem para os direitos nacionais cataláns.
Artur Mas nom adiantou qual das duas vias será a escolhida, nem mesmo se haverá eleiçons antecipadas, mas sim dixo que "anunciará a saída à situaçom", que seja qual for "tem saída". Embora logo de três anos de corrida face à independência nom acabe de esclarecer-se nidiamente se Artur Mas está verdadeiramente disposto a umha ruptura unilateral com Madrid, parece difícil, em todo o caso, que poda fugir das reclamaçons da ANC e da maioria social catalá. Sendo francos, tem sido ela a marcar até agora o ritmo do processo, com a governante CiU em um quase permanente reboque -excepto, talvez, nos dias seguintes da consulta, em que Mas conseguiu tirar proveito do seu liderado.