O Eniac, desenvolvido pelos cientistas J. Presper Eckert e John Mauchly, podia resolver cinco mil problemas de adição em um segundo, muito mais rápido do que qualquer aparelho anteriormente jamais inventado.
Os cientistas sabiam que tinham criado algo que iria mudar a história, mas não estavam seguros de como fazer chegar esse grande avanço ao público em geral. Pintaram, então, números em algumas lâmpadas e enroscaram as "esferas translúcidas" resultantes nos painéis do Eniac. Luzes chamativas e agitadas seriam associadas posteriormente ao computador na mente do público.
Diferencial
Muitos historiadores reconhecem que outros computadores chegaram antes – o Z3 na Alemanha, o Colossus da Inglaterra, o Atanasoff-Berry Computer (ABC) no estado de Iowa, Estados Unidos. Contudo, o Eniac, pode-se dizer, conseguiu algo muito importante: despertou a imaginação de cientistas e industriais.
Em poucos anos, computadores surgiriam nas universidades, nas agências governamentais, bancos e companhias de seguros. Um computador Univac – com luzes decorativas, é claro – da companhia fundada subsequentemente por Eckert e Mauchly, previu o resultado das eleições presidenciais de 1952, enquanto outro apareceu num anúncio de sutiã buscando levar o avanço da ciência ao grande público.
A máquina de decodificar inglesa, Colossus, tornou-se famosa nos círculos militares. Porém, foi destruída assim que terminou a Segunda Guerra Mundial.
Comparado com outros computadores que realizaram as mesmas funções práticas, o Eniac era único em termos técnicos. Contava com um sistema decimal de 10 dígitos em vez de sistema binário de unidades e zeros usado por virtualmente todos os computadores que se seguiram, mesmo aqueles desenvolvidos por Eckert e Mauchly.
Os programas não podiam ser arquivados no Eniac. De fato, não utilizou ramificações condicionais – o se e quando que formam a pedra angular da moderna programação. E apenas um único Eniac foi construído: "Nada restou desse equipamento nas modernas máquinas, exceto, talvez, a eletricidade", afirmou Jay Forrester, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e um dos principais arquitetos de computadores do último século.
Numerosos cálculos
Mas os defensores respondem com um fato indiscutível: ele funcionou. Até ter sido inutilizado por um relâmpago em 1955, o Eniac resolveu problemas computacionais relativos ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio e outros projetos militares. O professor da Universidade da Pensilvânia, Irving Brainerd, certa vez especulou que durante as 80.223 horas de funcionamento, o Eniac realizou mais cálculos que o realizado pela humanidade desde o começo dos tempos.
Alguns dos competidores do Eniac, nomeadamente a ABC e a Z3, eram muito mais lentos e poderiam solucionar apenas pequenos problemas. A experiência de diversos inventores por detrás de seus computadores veio a se tornar uma história para simplesmente alimentar os egos científicos.
As raízes do Eniac e seus contemporâneos podem ser localizadas na Segunda Guerra Mundial. Unidades de artilharia empregaram tabelas para ajudá-los a prever a trajetória dos projéteis lançados, calculando as variáveis – o ângulo de tiro, as condições do terreno e outros fatores. Era uma tarefa extremamente monótona.
*Com apoio do site news.zdnet
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