Na conferência de imprensa, que decorreu na compostelana Praça da Quintá por volta das 12h, porta-vozes das organizaçons juvenis anunciárom esta mobilizaçom, que por segundo ano consecutivo e sob a legenda "A mocidade mantendo viva a Galiza. Independência!" somará as forças da militáncia e da base social mais nova das diversas correntes políticas da esquerda nacional nesta jornada de reivindicaçom patriótica, numha iniciativa que até o momento nom foi possível no ámbito das organizaçons políticas, apesar das propostas feitas por NÓS-Unidade Popular ou Causa Galiza nas últimas semanas. A manifestaçom sairá da Alameda de Compostela às 20h.
As entidades juvenis e estudantis repetem a bem sucedida experiência de 2013, onde conseguírom que centenas de jovens participassem numha histórica manifestaçom que percorreu as ruas da capital da Galiza, após iniciarem umha dinámica de diálogo e trabalho conjunto refletida posteriormente em iniciativas como a greve estudantil nacional decorrida no 20 de fevereiro deste ano.
Na conferência de imprensa de hoje, as e os representantes da juventude galega auto-organizada figérom um apelo à participaçom na mobilizaçom patriótica para superar o êxito da primeira ediçom. Como novidade, neste ano também realizarám atividades a nível local nos dias prévios ao próprio 24 de Julho.
Disponibilizamos a seguir o manifesto unitário apresentado polas entidades juvenis:
O 24 de julho de 2013, as moças e moços da esquerda nacionalista e independentista galega saíamos às ruas na véspera do Dia da Pátria para manifestar umha clara e unánime vontade: a de sermos artífices do nosso próprio futuro, luitar e conquistar a independência para o nosso país.
E apesar do silenciamento da imprensa sistémica, nom fomos dúzias mas centos @s jovens que participamos dumha nutrida manifestaçom de rebeldia e orgulho juvenil, umha manifestaçom de entusiasmo e alegria daquelas e aqueles que ansiamos umha Galiza soberana e com futuro.
Hoje, só um ano depois daquela memorável data para o movimento juvenil galego, podemos afirmar sem qualquer medo a equivocar-nos que ainda contamos mais razons para sair às ruas e reivindicar mais alto e com mais vozes, que Espanha, o Patriarcado e o Capital som os piores inimigos da juventude galega.
E é que desde 24 de julho de 2013 somos 27.000 jovens menos na Galiza; 27.000 jovens que fugírom ao verem negado o acesso a um trabalho digno na sua terra. Em menos de 5 anos, perdemos 120.000 galeg@s de entre 15 e 30 anos, acelerando-se tragicamente a grave crise demográfica que sofre o nosso país.
O desemprego juvenil aumentou 35%, e os nossos salários e condiçons laborais empiorárom ao ritmo em que a UE, por meio da Troika, continuou impondo a aplicaçom de medidas destinadas a fomentar mobilidade e flexibilidade, isto é, emigraçom e precariedade laboral para a juventude trabalhadora.
Nom encontramos como independizar-nos economicamente e abandonar a adolescência alargada da qual nos culpam mas em cuja falta de autonomia juvenil querem que vivamos. Apenas 1 em cada 5 menores de 30 anos vivem emancipad@s, e baixando...
No último ano, aprovou-se umha lei que anula o direito das mulheres a decidirmos sobre os nossos corpos, que clandestiniza o aborto e impóm legalmente a maternidade.
7 mulheres fôrom assassinadas polo terorrismo machista.
A nossa língua perdeu 25.000 falantes.
Aprovou-se a elitista, espanholista e machista LOMQE, um dos mais duros ataques contra o ensino galego e público dos últimos anos que afunda na persecuçom da nossa língua nas aulas.
Conhecimos também a sentença que deixava impunes aos responsáveis da maior catástrofe ambiental que sofreu a Galiza, deixando claro o mais absoluto desprezo do capitalismo espanhol por umha naçom na que apenas vêm recursos materiais e humanos que explorar a baixo custo para o seu benefício. Desprezo polo nosso povo que ficou claramente constatado quando a deficitária segurança e estado das infraestruturas de comunicaçom se saldou com a morte de dúzias pessoas em Angróis numha clara negligência ferroviária pola que os responsáveis políticos ainda nom respondérom.
E assistimos a um progressivo aumento da repressom contra os movimentos sociais e a militáncia independentista, que continua a sofrer a contínua perseguiçom e intoxicaçom do aparelho repressivo espanhol, assim como a aplicaçom de medidas de exceçom e formas de tortura ilegal como a dispersom penitenciária contra @s pres@s polític@s galeg@s.
Em síntese, em apenas um ano, vimos diante dos nossos olhos como as agressons do Capital, Espanha e o Patriarcado se multiplicárom, e se dirigírom certeiramente contra @s jovens, contra as mulheres e contra o nosso povo.
Forçando-nos a emigrar, condenando-nos ao desemprego ou a precariedade laboral, proibindo-nos decidir sobre os nossos corpos, impedindo-nos o acesso a um ensino galego, público e de qualidade, degradando e minorizando a nossa língua, fazendo do nosso país um imenso território onde enriquecer empresas eólicas, hidráulicas, da minaria ou petroleiras que nom serám punidas pola brutal destruiçom ecológica da que som responsáveis, e como nom, perseguindo e castigando exemplarmente a quem ousamos erguer a voz.
Por todo isto, nós jovens galegas e galegos de 2014, afrontamos este 24 de julho, véspera do Dia da Pátria, carregadas de argumentos para sair à rua a manifestar que nom estamos dispostas a que continuem a destruir o nosso futuro, a nossa naçom, as nossas vidas.
É por isso que a mocidade da esquerda nacionalista e independentista galega enviamos umha mensagem urgente ao conjunto da juventude do nosso país, chamando a juntarmos vozes e forças, a auto-organizar-nos para avançar no processo de auto-determinaçom do nosso povo face umha necessária república galega.
Com rebeldia e entusiasmo, criaremos um verdadeiro refacho de poder juvenil que rachará com as cadeias do Patriarcado, do Capital, e deste cárcere de povos que é Espanha.
VIVA GALIZA CEIVE.
INDEPENDÊNCIA.