Foto: Montagem feito pelo blog Solidários.
Editorial do New York Times desse domingo (19) destaca que o envio de profissionais médicos faz com que Cuba "tenha o papel mais robusto entre os países procurando conter o vírus ebola". Segundo o jornal, Cuba possui "uma longa tradição" de enviar médicos, médicas, enfermeiros e enfermeiras para áreas de desastre em diversos lugares do mundo, como nos terremotos do Paquistão e do Haiti. Ao citar esse outro país caribenho, o New York Times reconhece a coragem dos cubanos, relembrando que o estafe médico da ilha foi quem tomou a dianteira no tratamento de pacientes haitianos com cólera, com alguns deles retornando doentes ao país – no que resultou no primeiro surto de cólera em Cuba em mais de 100 anos.
Enquanto os EUA e outros países ricos se contentam em enviar fundos – com esse primeiro preferindo inclusive enviar militares –, "apenas Cuba e algumas organizações não governamentais estão oferecendo aquilo que de fato é mais necessário: profissionais médicos no campo".
Quando duas enfermeiras norte-americanas foram contaminadas com o vírus ebola em um hospital de Dallas, no Texas, ao tratarem de um paciente que contraiu a doença na Libéria – sendo esses os dois primeiros casos de ebola em solo estadunidense –, Fidel Castro ofereceu ajuda ao país vizinho que há 50 anos impõe um bloqueio comercial à pequena ilha ao sul da Flórida.
Leia mais:
Contra ebola, Cuba aumenta ajuda: mais 296 profissionais de saúde à África; total chega a 461
Organização Mundial da Saúde: Cuba dá o exemplo na luta contra o vírus ebola na África
Saúde e esperança, o presente de Cuba para a África
Filha de Che Guevara diz que missão cubana contra ebola é um "dever"
Tal situação já havia acontecido nove anos atrás, após o furacão Katrina ter destruído a cidade de New Orleans: o governo cubano criou uma unidade médica de resposta rápida à crise e se ofereceu para enviar seus profissionais à cidade. "Os EUA, sem surpresa, não aceitaram a oferta de Havana", lembrou o periódico.
O editorial afirma ainda que tal situação deveria servir com um "lembrete urgente" à administração Obama que os "benefícios de restaurar as relações diplomáticas com Cuba são de longe muito maiores que seus revezes". Em artigo publicado no jornal estatal cubano, o Granma, intitulado "A hora do dever", Fidel Castro escreveu que ambos os países deveriam colocar de lado suas diferenças, "ainda que apenas temporariamente, para combater um flagelo mortal" como o ebola.