Empresas estocam e escondem produtos do povo venezuelano, para desestabilizar governo. Foto: AVN
Arquivos desclassificados em 2003 revelaram que, em 1970, o então presidente dos EUA Richard Nixon deu instruções para promover um golpe de Estado que impedisse a posse de Allende ou que fosse derrubado em seus primeiros dias de governo, recorda o jornalista venezuelano Eleazar Díaz Rangel, ao traçar um paralelo entre o que ocorreu no Chile de Allende e o que acontece atualmente na Venezuela de Maduro, em sua coluna no diário Últimas Notícias.
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O melhor pretexto para conseguir entregar o poder aos militares chilenos era uma repentina situação econômica desastrosa, segundo os documentos. Uma advertência chegou ao antecessor de Allende na presidência, Eduardo Frei Montalva: “Não deixaremos que chegue uma só porca ou parafuso ao Chile caso Allende assuma o poder. Faremos de tudo para condenar o país e seus habitantes às privações e à pobreza mais absolutas”.
Parte da guerra econômica contra Allende foi afetar profundamente a economia chilena. Durante seu governo, tanto o Banco Mundial como o Banco de Exportações e Importações não concederam um centavo sequer.
Isso gerou um desabastecimento no país, provocando fenômenos como as “panelas vazias” e as paralisações dos caminhoneiros. As guerras econômica, política e psicológica foram os métodos utilizados contra o governo, em que a mídia e ONG's financiadas pelos EUA tiveram um papel importante.
As possibilidades de influência na região foram o principal motivo para Washington apoiar a queda de Allende, afirma Díaz Rangel. No caso venezuelano, essa influência é ainda maior, pois a Revolução Bolivariana criou mecanismos de integração regional, como a UNASUL, a CELAC, a ALBA e a Petrocaribe, organizações que não contam com a interferência dos EUA.
Além disso, a Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, que são almejadas pelos EUA para sustentar seu sistema capitalista, denuncia o jornalista venezuelano.