Segundo ela, a visita foi muito importante para entender qual a real situação política e econômica do país sul-americano. "Se você vê, escuta ou lê a grande mídia parece que é outra Venezuela porque as notícias mostram um país, quando se chega lá a situação é totalmente diferente".
Socorro citou como exemplo o caso do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, preso há alguns dias, acusado de participar de uma conspiração para derrubar o governo de Nicolás Maduro. "Disseram que não respeitaram os direitos humanos, que invadiram a casa dele com homens encapuzados, mas quando chegamos lá, na Câmara, foram mostrados todos os vídeos da prisão. Ele saiu muito tranquilo, caminhando e fazendo o 'V' da vitória com os dedos e foi tudo dentro das leis".
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A presidenta do CMP explicou que em vários estados venezuelanos têm ocorrido muitos atos de vandalismo e violência. "A extrema-direita, com todo o apoio dos EUA, está contratando pistoleiros, mercenários, e estão ocorrendo o assassinato de lideranças para impor o medo, o terror. É um processo de intimidação com o único objetivo de desgastar o governo e derrubar Maduro. Agora por que isso?", questiona.
"Se a gente olhar as mudanças sofridas pela sociedade da Venezuela, vai ver o motivo de tudo isso. Primeiro o petróleo, antes de Hugo Chávez assumir o governo em 1998, as grandes empresas pagavam um imposto apenas simbólico, era um saque dos recursos venezuelanos, quando Chávez assume ele põe essa taxa em 30%, o que possibilitou que o novo governo começasse a investir no bem estar do povo. A pobreza absoluta que estava em 10% cai bastante, para menos de 5%, e a pobreza em geral teve uma queda de mais de 50%. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) também aumenta".
Outra melhoria destacada por Socorro Gomes foi a questão da educação. Ela lembrou que até a Unesco reconheceu os inúmeros avanços obtidos pelo país nesta área.
A presidenta do CMP questiona também as acusações de que, primeiro Chávez, e agora Maduro, impõem um regime ditatorial na Venezuela. "É o país do mundo que mais passou por pleitos nos últimos anos, sejam as eleições para os cargos, sejam os plebiscitos de meio de mandato. Isso é dito até por pessoas que não tem nenhuma simpatia pela esquerda ou pela soberania da América Latina como o ex-presidente estadunidense Jimmy Carter. É inegável que é um processo democrático".
Para Socorro, as ingerências sofridas pelo país sul-americano devem-se a perda de privilégios de uma elite que usufruía dos recursos do país e que deseja voltar a ter vantagens em detrimento do benefício da maioria. Ela enfatizou que é muito importante o apoio de outros países, especialmente os vizinhos. A presidenta do CMP lembrou que organismos como a "Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) são vitais neste processo de luta contra o golpismo".