O governo da Venezuela divulgou na noite desta quarta-feira (25/02) imagens que mostrariam a relação do Copei, partido de oposição do país, com o suposto plano golpista para derrubar o presidente Nicolás Maduro do cargo. Além disso, outro áudio exibido pela TV estatal mostra um militar retirado também detalhando como seria o ataque a Caracas em 12 de fevereiro. O presidente do Copei, Antonio Eccari, negou as acusações nesta quinta-feira (26/02).
O áudio com uma suposta conversa entre Ecarri e o secretário-geral do Copei, Rogelio Díaz, foi apresentado pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Nos áudios fornecidos por um dirigente do partido e revelados por Cabello, correligionários do partido afirmam que um golpe de Estado é o caminho para uma mudança radical na Venezuela e reconhecem que o chamado "Acordo para a Transição" era um chamado ao golpe.
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O prefeito de Caracas, Jorge Rodríguez, por sua vez, apresentou uma série de vídeos com declarações do primeiro tenente retirado da Aviação Luis Hernando Lugo Calderón, nos quais o militar detalha o plano que seria realizado em 12 de fevereiro, mas foi desmantelado pela inteligência do país.
Copei
O plano, assinado pela ex-deputada María Corina Machado, Antonio Ledezma (foto) – que foi detido na última semana – e Leopoldo López, preso desde 2014, após as manifestações violentas que deixaram 43 mortos e mais de três mil pessoas detidas.
A gravação diz ainda que o primeiro vice-presidente do Copei no estado de Lara, José Cassany, e o dirigente nacional do partido, Antonio Sotillo, conheciam o golpe de Estado supostamente planejado para ocorrer em 12 de fevereiro.
"Isso não tem sentido. É evidente que os áudios foram editados e manipulados", disse Eccari, e, declarações ao jornal Folha de S. Paulo.
O plano foi assinado pela ex-deputada María Corina Machado, Antonio Ledezma – que foi detido na última semana – e Leopoldo López, preso desde 2014, após as manifestações violentas que deixaram 43 mortos e mais de 3.000 detidos. Na última segunda (23/02), o partido disse que, "como rebeldia cívica, todo o Copei assinaria o acordo para transição".
O ataque
De acordo com o militar retirado, tal plano, chamado de "Jericó" incluía, além do ataque a alvos estratégicos em Caracas, a gravação de um vídeo pedindo a renúncia de Maduro, que seria a chave para o início dos bombardeios. Ele disse também que o planejamento estava sendo gestado desde o ano passado. Sete funcionários da Força Aérea Venezuela foram detidos por terem supostamente colaborado.
Já o prefeito Rodríguez disse que o general detido Oswaldo Hernández apontou a participação do deputado do partido Primero Justicia Julio Borges como colaborador no bombardeio. A pedido de deputados chavistas, o congresso venezuelano analisará a quebra da imunidade parlamentar de Borges para que possa ser investigado e eventualmente punido.