O glifosato é o herbicida mais usado em Portugal, sendo comercializado por empresas como a Monsanto, Dow, Bayer e Syngenta e vendido livremente em estabelecimentos comerciais. Segundo a Plataforma, o seu consumo duplicou na última década no nosso país, tendo sido aplicadas para fins agrícolas mais de 1400 toneladas só em 2012.
A associação do glifosfato ao Linfoma não Hodgkin - um cancro de sangue em que Portugal tem a sétima maior taxa de mortalidade na Europa - é uma das conclusões do relatório do IARC, adianta a Plataforma. Um outro estudo revelado esta semana, da autoria da Sociedade Americana de Microbiologia, concluiu que químicos como o glifosato induzem resistência a antibióticos na bactérias com que entram em contacto.
O uso do glifosato está directamente associado ao cultivo de transgénicos e o aumento da presença de alimentos geneticamente modificados no mercado levaram a União Europeia a aumentar "200 vezes a sua tolerância aos resíduos de glifosato na alimentação" a partir de 1999, tendo passado de 0.1 para 20mg/kg no caso da soja.
A Plataforma conclui o comunicado com uma questão: "terão os governos, em particular o governo português, coragem para cumprir o seu dever de proteção da saúde da população" e fazer frente às multinacionais agroquímicas? O glifosato está este ano em processo de reavaliação na União Europeia e para a Plataforma "impõe-se a coragem de proibir o seu uso antes que as consequências se agravem".