"Os trabalhadores sentem-se profundamente injustiçados e discriminados. Esta é uma empresa que continua a comprar carros novos para os quadros superiores, a distribuir quantias elevadas para prémios para uns ao mesmo tempo que nega o aumento dos salários aos trabalhadores que produzem, criam a riqueza, desenvolvem a empresa e, sobretudo, são uma boa imagem da empresa", afirmou o líder da intersindical.
Os trabalhadores da Efacec afirmam não ignorar que a empresa "está a viver um momento difícil", contudo, lembram que, ao mesmo tempo, assistem ao "aumento da frota automóvel, proliferação de carros de luxo, cartões de crédito, vias verdes, combustível e planos poupança reforma para os administradores".
Segundo Arménio Carlos, "o que estes trabalhadores estão a dizer é que é preciso passar das palavras aos atos e é fundamental que vejam aumentados os seus salários, porque a melhoria dos seus salários é também importante para a empresa e para a melhoria da economia".
"É preciso pôr termo a esta política e é preciso pôr termos a este tipo de atitudes discriminatórias, prepotentes e autoritárias das administrações das empresas que na esmagadora maioria dos casos são apoiadas por este Governo. É preciso pôr termo a esta política e a esta pressão sobre os salários e redução dos rendimentos dos trabalhadores, que é inadmissível", acrescentou o dirigente sindical.
"Uma luta pela dignidade"
A porta voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também fez questão de participar na concentração.
Lembrando que "só num mês de salário de um administrador a Efacec gasta mais do que o aumento exigido para todos os trabalhadores durante todo o ano", a dirigente bloquista frisa que esta é "uma luta por dignidade".
Este foi o primeiro dia de uma greve parcial de quatro dias para reivindicar um aumento salarial de 50 euros. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte convocou paralisações também para esta sexta-feira e dias 16 e 18 deste mês, sempre entre as 8h30 e as 10h30 e as 17 e as 19 horas. A greve abrange os trabalhadores da Efacec Energia (polos da Arroteia e Maia), Efacec engenharia e Sistemas (polos da Maia e Lisboa) e Efacec Electric Mobility.