Não pensava escrever hoje uma palavra sobre o problema. Desisto no entanto dessa ideia, para elaborar uma breve Reflexão sobre o tema.
A Doutora Leia Guido, representante da OPS-OMS em Cuba, neste momento representante de ambas organizações nos dois países e pessoa de grande experiencia, declarou na tarde de hoje que nas condições atuais de Haiti se esperava que a epidemia afetasse a 400 mil pessoas.
Por outro lado, o Vice-ministro de Saúde de Cuba e Chefe da Missão Médica Cubana, o embaixador de nosso país no Haiti e outros colegas da Missão, têm estado reunidos todo o dia com o presidente René Preval, a Doutora Leia Guido, o Ministro de Saúde haitiano e outros servidores públicos de Cuba e Haiti, elaborando as medidas que se aplicarão com urgência.
A missão médica cubana atende a 37 centros que enfrentam a epidemia, onde têm atendido até hoje 26 040 pessoas afetadas pelo cólera, aos que se adicionarão de imediato, com a Brigada "Henry Reeve", 12 centros mais (para um total de 49) com 1 100 novas camas, em casas de campanha desenhadas e elaboradas para esses fins na Noruega e outros países, já adquiridas com os fundos para enfrentar o terremoto, entregados a Cuba por Venezuela para a reconstrução do sistema de saúde em Haiti.
Ao anoitecer de hoje chegou uma notícia alentadora do Doutor Somarriba: durante os últimos 7 dias não se produziu um só falecimento por cólera nos centros atendidos pela missão médica cubana. Tal índice seria impossível de ser mantido, já que outros fatores podem incidir nesse resultado, mas oferece uma ideia muito reconfortante a experiência adquirida, os métodos adequados e o grau de consagração atingidos.
Nos alegra igualmente que o presidente René Preval, cujo mandato finaliza o próximo 16 de janeiro, tenha tomado a decisão de converter a luta contra a epidemia na atividade mais importante de sua vida, a qual legará ao povo de Haiti e ao Governo que o suceda.
Fidel Castro Ruz
Novembro 27 de 2010
9 e 56 p.m.