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Sara Flounders

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Em coluna

A escalada de guerra dos EUA contra a Síria socava o pacto com o Irão

Sara Flounders - Publicado: Quarta, 26 Agosto 2015 01:01

As forças interessadas na escalada e na ampliação da ofensiva contra a Síria são as mesmas que vêm montando uma enorme campanha para que não passe no Congresso dos EUA o acordo com o Irão.


As mesmas que armam e financiam o terrorismo para justificarem as suas agressões com o pretexto da “guerra contra o terrorismo”. São inimigos jurados dos povos, e só serão detidos quando os povos se levantarem contra eles.

Os terroristas de Washington tentarão sabotar o acordo com o Irão provocando uma guerra alargada contra a Síria, país que tem uma aliança com o Irão e com Hezbollah.

A atenção internacional centra-se na próxima luta no Congresso estado-unidense para aprovar o acordo nuclear do Irão, ao mesmo tempo que os EUA e a Turquia intensificam a intervenção na Síria. Nestas condições, temos que considerar: ¿tentarão as forças militaristas sabotar o acordo com o Irão provocando uma guerra alargada contra a Síria, país que tem uma aliança com o Irão?

Forças poderosas com financiamento multimilionário alinharam-se para colocar anúncios em jornais como o ‘New York Times’ e pressionar o Congresso para deter o acordo. ¿Limitarão estas forças reacionárias as suas acções a anúncios de jornais ou à intriga? ¿Ou planeiam outras acções?

Este é um momento perigoso. Poderosas forças reacionárias foram desencadeadas no sudoeste da Asia. Foram cultivadas, financiadas e treinadas directamente pelo Pentágono em algumas situações, com a cumplicidade das agencias secretas ou mediante financiamento Saudita, ou nas bases da Turquia e Jordânia.

Estas forças têm um interesse material muito concreto na guerra, e não em normalizar relações. Estima-se que há 1.000 bandos mercenários diferentes e 100.000 combatentes muito bem financiados de 60 países actualmente a operar na Síria. São os mesmos terroristas que os EUA e seus aliados regionais estão tentando utilizar como pretexto para intensificar ainda mais o conflito sírio.

¿Será possível a provocação de uma guerra pelos interesses económicos estado-unidenses que obtêm enormes lucros do militarismo? ¿Poderia vir de países como Israel e Arabia Saudita que se mobilizam contra o acordo nuclear com o Irão?

São estes os passos concretos que aumentam as possibilidades de uma nova e alargada guerra:

- O governo turco deu autorização ao Pentágono para utilizar duas importantes bases aéreas no sudeste da Turquia, Incirlik e Diyarbakir, para bombardear Síria e Iraque. Seis F-16 e  300 militares  estado-unidenses antes estacionados na base aérea Aviano em Itália, chegaram em 9 de Agosto a Incirlik.

- Washington e a NATO estão apoiando a nova ofensiva do exército turco e estabelecendo uma chamada “zona de segurança” na Síria, na fronteira turca. Aparentemente contra o Estado Islâmico, estes movimentos estão realmente dirigidos tanto contra organizações curdas que lutam contra o EI como contra o governo sírio. A Turquia levou a cabo um bombardeamento contra o EI e 185 incursões aéreas contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão no Iraque.

- O Pentágono credenciou um pequeno número de mercenários sírios que Washington chama a “Nova Força Síria” (NFS) e descreve como jihadistas “moderados” que são aliados dos EUA. O objetivo da Nova Força Síria é derrubar o governo de Damasco.

- Embora o objetivo declarado das bombas estado-unidenses seja o EI, em 3 de Agosto a Casa Branca anunciou que autorizou ataques contra quem quer que dispare contra a NFS, incluindo a Força Aérea Síria.

- O governo sírio respondeu que se oporia a qualquer movimento militar dentro do seu território que não fosse coordenado com Damasco.

Uma guerra alargada?

Todas as peças estão em posição para expandir a guerra. A única coisa que falta é a provocação. Embora não se possa predizer o momento exacto das ações militares estado-unidenses, é todavia muito importante que aqui o movimento anti guerra não seja surpreendido.

Os media corporativos dos EUA proporcionarão sempre a incessante cobertura inflamatória para justificar a guerra. Já suavizaram a oposição à intervenção na Síria apresentando essa intervenção como uma luta contra o Estado islâmico.

O custo da resistência à dominação imperialista tem sido alto para os sírios. Mais de um terço dos 23 milhões de habitantes da Síria foram deslocados e mais de 250 mil morreram já na guerra.

Contudo, para frustração do imperialismo estado-unidense e da NATO, e apesar de muitas predições de colapso, o governo de Bashar al-Assad sobreviveu os mais de quatro anos passados desde que se iniciaram os ataques contra ele.

Há entre os estrategas estado-unidenses pontos de vista e tácticas opostas sobre como mudar isto. Mas todas as opções têm por objeto aumentar a dominação dos EUA sobre a região no seu conjunto. Todas incluem a destruição da Síria como estado soberano com uma agenda independente. A política de destruição da Síria prossegue, seja derrubando o governo ou dividindo o país.

A chamada ‘zona segura’

A “zona de segurança” de 70 milhas na fronteira entre Turquia e Síria é uma cópia do que no passado foram as propostas de corredores humanitários, zonas tampão, refúgios ou zonas de interdição de voo. Alegar o seu compromisso de defender tal ou tal região nas guerras passadas contra Iraque, Líbia e Jugoslávia, permitiu a Washington bombardear sem parar e destruir o governo existente. A promessa das guerras do passado era que a protecção através de bombardeamentos seria um compromisso limitado. Nunca o foi.

A Agência TASS emitiu em 4 de Agosto uma declaração do comandante russo das Tropas Aerotransportadas, coronel general Vladimir Shamanov: “As tropas aerotransportadas russas estão prontas para ajudar a Síria na luta contra os terroristas, se tal tarefa for solicitada pelos líderes da Rússia”. Mais tarde, os noticiários russos informaram que a Síria não pediu tropas russas nem outras forças. Mas a declaração do general parece ser uma advertência.

Reunião do IAC-CAI contra a guerra

A 11 de Agosto foi organizada uma reunião no Centro de Acção Internacional (IAC) para colocar em perspectiva estes perigosos acontecimentos relacionados com a Síria e divulgar as suas conclusões a um público mais amplo através dos meios de comunicação social. Os oradores incluíram o fundador do IAC Ramsey Clark; o porta-voz do Fórum Síria Estado-unidense Dr. Ghias Moussa; Lawrence Hamm da Organização dos Povos para o Progresso; Margaret Kimberly do Relatório da Agenda Negra; Joe Lombardo da Coligação Nacional Unida contra a guerra. Cynthia McKinney, ex. congressista e ativista antirracista e antiguerra, falou através de vídeo.

O forum teve por título “Síria depois dos acordos de sanções Irão-EUA; ¿Que podemos esperar: Diplomacia ou escalada militar?”

A autora é codirectora do Centro de Acção Internacional e tem sido porta-voz líder do IAC desde há mais de duas décadas. Flounders viajou a Damasco duas vezes nos últimos quatro anos em delegações de solidariedade com a resistência da Síria à agressão imperialista. http://www.workers.org/

Texto completo em: http://www.lahaine.org/escalada-de-guerra-de-eeuu.


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