Na Europa de hoje, o Rei não é um Bourbon nem um Habsburgo. O Rei é o capital financeiro. Todos os atuais governos europeus – com a exceção do grego! – agem como funcionários deste monarca absolutista, intolerante e anti-democrático. Sejam eles de direita, “extremo-centro” ou pseudo-esquerdistas, sejam eles conservadores, democratas-cristãos ou social-democratas, eles todos fanaticamente servem ao direito de Veto de Vossa Majestade. Uma nova Aliança sagrada, sob a liderança profana da Troika – FMI, Banco Central Europeu, Comissão Europeia – tem sido estabelecida para esmagar a tentativa do povo grego de romper com os grilhões da servidão e tomar as rédeas do próprio destino.
Este é um momento histórico. O referendo grego não diz respeito somente a questões econômicas e sociais fundamentais. Trata-se antes de mais nada de democracia.
A vitória do “não” representa um primeiro passo no desafio ao Veto monárquico das finanças; um primeiro passo em direção à transformação da Europa, da monarquia capitalista a uma república democrática. A luta do povo grego é uma luta europeia, e nosso futuro como cidadãos europeus depende desse confronto.
Fonte: blog da Boitempo.