Até aqui nada de extraordinário. Seguindo a ordem natural das coisas, os governos e as polícias fazem o seu trabalho, tal como o "jornalismo" a soldo. O que já é estranho, e sintomático do estado comatoso em que se encontra aquilo que faz de "esquerda" em Portugal, foi a reacção da PAGAN (Plataforma Anti-Guerra e Anti-Nato) que, em vez de chamar a tenção para o reforço de meios de repressivos – está prevista a colocação uma vasta rede de câmaras de vigilância em Lisboa para recolher e gravar imagens; a aprovação de leis de excepção e a suspensão do tratado de Schengen; a expulsão imediata de estrangeiros; a limitação do direito de manifestação e a criação de vários perímetros de segurança de check-points; a aquisição de blindados semelhantes aos que estão a ser usados no Iraque; o recrutamento à pressa de mais 60 elementos para a polícia de choque; a elaboração pelas polícias europeias e norte-americanas de uma listas de elementos e organizações radicais a ter debaixo de olho; infiltração das secretas, etc. – resolveu abjurar (mais uma vez e em nome do pacifismo) a acção directa e os "violentos" jurando que "recusa liminarmente a associação do seu nome a actos violentos ou ameaçadores da ordem pública" e insurgindo-se contra "o facto de o Diário de Notícias subverter o nome da PAGAN, cujo acrónimo se traduz em Plataforma Anti-Guerra Anti-NATO, omitindo a expressão anti-Guerra e sublinhando a expressão anti-NATO, configura-se como uma tentativa de distorção do carácter pacifista desta plataforma de cidadãos."
Que Deus guarde a PAGAN e o seu pacifismo.