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Sara Flounders

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Hong Kong: os imperialistas apoiariam, se fosse movimento democrático?

Sara Flounders - Publicado: Quarta, 22 Outubro 2014 01:27

Demonstrações em Hong Kong, China, com demandas sobre os procedimentos a serem seguidos em eleições em 2017 naquela cidade, tornaram-se assunto internacional e fonte de confusão política.


Os protestos, chamados ‘Occupy Central’, têm recebido enorme e muito favorável cobertura, pela imprensa-empresa norte-americana. Todos os noticiários comentam com enorme entusiasmo a ocupação de algumas partes de setores comerciais do centro de Hong Kong, como protestos “pró-democracia”. As manifestações, que começaram dia 22 de setembro, ganharam impulso depois que a polícia de Hong Kong usou gás lacrimogêneo para reabrir vias públicas e prédios do governo.

Ao avaliar esse movimento emergente, é importante observar que forças políticas estão apoiando o movimento. Que demandas o movimento traz, a quem apelam e qual a composição social dos que se movimentam?

Os governos de EUA e da Grã-Bretanha lançaram declarações de apoio às manifestações. O secretário de Estado John Kerry ‘exigiu’ que o ministro de Relações Exteriores da China Wang Yi atendesse às demandas dos que estavam na rua. Wang, em resposta, mandou-o respeitar a soberania da China. A Grã-Bretanha, que roubou Hong Kong da China em 1842 e a manteve como colônia durante 155 anos, sob governo nomeado em Londres, apoia hoje a demanda por mais “democracia” em Hong Kong. O vice-primeiro-ministro Nick Clegg convocou o embaixador chinês, para dar-lhe conhecimento das ansiedades britânicas.

Atualmente, esses imperialistas podem não contar com a derrubada do governo do Partido Comunista Chinês, na China. Mas ‘Occupy Central’ em Hong Kong é como uma cunha ali metida, com o objetivo de enfraquecer o papel do estado na economia chinesa.

Os imperialistas esperam fortalecer os elementos burgueses e estimular a cada vez mais forte classe dos capitalistas na China, para que se tornem mais agressivos e exijam a derrubada da ordem socialista estabelecida depois da Revolução Socialista de 1949, inclusive do papel central do Partido Comunista, num estado soberano forte.

Repressão policial: México, Itália, Filipinas

No México, dezenas de milhares de estudantes protestaram contra mudanças nos currículos e novos preços. Mais de 50 mil reuniram-se na Cidade do México pela terceira vez. No oeste do México, 57 estudantes de uma escola de formação de professores desapareceram depois que atiradores abriram fogo contra uma manifestação de que participavam, matando três estudantes e ferindo outros três. Um funcionário de Guerrero, diz que testemunhas identificaram os atiradores, como policiais locais. Foram descobertas covas coletivas numa área aterrorizada pela Polícia e por gangues.

Dia 2 de outubro, em Nápoles, Itália, a polícia nacional atacou manifestantes que protestavam contra a ‘austeridade’ e uma reunião do Banco Central Europeu. Policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água, contra milhares de manifestantes.

Milhares de corajosos manifestantes protestaram em Manila contra a assinatura de um acordo com os EUA para uma escalada na rotatividade de soldados, navios e aviões dos EUA estacionados nas Filipinas, durante visita do presidente Obama, em abril passado. Enfrentaram canhões d’água, gás lacrimogêneo e prisões em massa.

Alguém soube de funcionários da Casa Branca reunidos com funcionários mexicanos, para manifestar qualquer preocupação pelo destino dos estudantes mortos ou desaparecidos? Algum funcionário britânico convocou representantes oficiais da Itália, para lhes dar a conhecer sua indignação ante o uso de gás lacrimogêneo e canhões d’água? A imprensa-empresa comercial mundial deu alguma (qualquer) atenção aos ataques contra jovens filipinos? Que fim levou o frenesi ‘democrático’ da mídia?

Por que é tudo tão dramaticamente diferente, desde que tenha algo a ver com ‘Occupy Central’ em Hong Kong?

O uso de gás lacrimogêneo pela polícia de Hong Kong é denunciado pelos mesmos jornalistas e ‘especialistas’ que se mantiveram bem calados enquanto a polícia militarizada em inúmeras cidades dos EUA usa rotineiramente, não só gás lacrimogêneo, mas também tanques, blindados para transporte de policiais, munição viva, disparadores de descargas elétricas, balas revestidas de borracha, cachorros e drones, em ações de policiamento.

Ouvir funcionários dos EUA a ‘denunciar’ restrições a candidatos em Hong é especialmente ofensivo para qualquer um que conheça os procedimentos nas eleições nos EUA hoje. Por aqui, é necessário ter milhões de dólares para candidatar-se. Os candidatos passam por inúmeras ‘pré-seleções’ realizadas nas sedes de grandes empresas, e pelos aparelhos internos dos dois grandes partidos pró-imperialismo que há nos EUA. Em todos os estados e cidades dos EUA há medidas legais, implantadas com o claro objetivo de dificultar que maior número de cidadãos votem em eleições municipais e estaduais.

‘Revoluções coloridas’

Autoridades e publicações chinesas veem as  ações de ‘Occupy Central’ como mais uma ‘revolução colorida’ paga pelos EUA, e as comparam às agitações de rua que varreram a Ucrânia e outras ex-repúblicas soviéticas.

Vários analistas têm exposto com algum detalhe o vasto papel de organizações do estado norte-americano como  National Endowment for Democracy (NED) e Democratic National Institute (DNI), além de fundações privadas que pagam os líderes e muitos dos ‘manifestantes’ nos protestos de Hong Kong.

Milhares de organizações não governamentais cada uma delas com equipes imensas mantêm base em Hong Kong. Têm o objetivo declarado de construir a democracia. Mas seu real objetivo é minar o papel central do Partido Comunista Chinês na organização da sociedade chinesa. Hong Kong, diferente do resto da China, permite, há décadas, a presença praticamente sem restrições, dessas ONGs e associações políticas mantidas pelos EUA.

O status especial de Hong Kong

Hong Kong não é importante por causa do tamanho. Sua população de 7,5 milhões de pessoas equivale a 0,5% da população da China. Mas Hong Kong é centro importantíssimo do capital financeiro. Segundo o Fórum Econômico Mundial de 2011, Hong Kong já superou Londres, New York e Singapura em termos de acesso financeiro, ambiente para negócios, serviços financeiros e de banking em geral, ambiente institucional, serviços financeiros non-banking e mercados financeiros.

Hong Kong atua como portão financeiro de acesso à China. E tem status administrativo especial, protegido, banking-friendly. É conhecida por seus serviços financeiros protegidos por seguros e seus muitos milhares de empresas de advocacia, de contadores, de assessoria e de outros serviços profissionais solidamente estabelecidas.  Capitalistas que mantêm base em Hong Kong são hoje os maiores investidores estrangeiros que investem na China.

Hong Kong tem também os maiores extremos de riqueza e miséria que o mundo conhece. A cidade é conhecida pelos arranha-céus coloridos e faiscantes, pelos centros de compras de luxo, e lá vivem alguns dos mais ricos do planeta. Mas metade da população vive em habitações coletivas públicas, superlotadas e em ruínas. 1/5 da população vive abaixo da linha da pobreza.

Mais de 170 mil “trabalhadores pobres” vivem em apartamentos subdivididos, em leitos semelhantes a gaiolas. Esses leitos chamados “caixotes de cachorro”, medem 1,80m por 0,90m de largura e altura, e há 30 desses por dormitório. Não há salário mínimo em Hong Kong.

Occupy?

Embora aproveitem o nome, as táticas de rua e o ‘charme’ do movimento Occupy Wall Street, o movimento ‘Occupy Central’ nunca fez qualquer crítica ou exigência aos bancos em Hong Kong.

Bem diferentemente, Occupy Wall Street sempre foi movimento focado na indignação de dezenas de milhares de jovens contra o serviço criminoso que fazem os bancos da Wall Street, sobretudo depois que arrancaram um trilhão de dólares do governo dos EUA para um ‘resgate’ que salvou os grandes bancos e banqueiros, mas deixou no desespero milhões de trabalhadores despejados de suas casas, além dos vários milhões de desempregados.

Em Hong Kong o papel dos bancos é protegido por lei pelos próximos 50 anos. Como seria possível não ver isso?! Compreender o status especial dessa ex-colônia britânica dentro da China é elemento chave para compreender o que é e o que representa o movimento Occupy Central.

Status colonial

Hong Kong, que foi colônia britânica de 1842 até 1997, jamais conheceu eleições ou qualquer forma de democracia. Por 155 anos, seus governadores foram nomeados pelos britânicos.

Hong Kong tornou-se colônia, a partir de uma série de tratados desiguais impostos pelo imperialismo britânico. Em vez de pagar em prata, a Grã-Bretanha impôs a venda de ópio à China, em troca de chá, especiarias, seda e porcelana, itens de alto valor comercial no Ocidente. A crescente venda de ópio foi combatida pela Dinastia Qing, que, em 1838, confiscou mais de uma tonelada de ópio.

Os britânicos despacharam para lá vapores blindados e, em nome do “livre comércio”, abriram fogo contra cidades chinesas nos rios Pérola e Yangtze, onde a maioria das construções era feita de madeira e bambu. Cidades e armazéns foram incendiados. Os britânicos tomaram a ilha de Hong Kong com seus muitos portos naturais na boca do vitalmente importante Rio Pérola como base naval e militar para futuras guerras na China.

O Tratado de Nanquim de 1842 exigia que a China pagasse pesadas indenizações e desse à Grã-Bretanha e a outras nações posição privilegiada de extraterritorialidade na China, além de ceder portos e entregar a Ilha de Hong Kong. A segregação racista contra chineses era prática rotineira em Hong Kong e em todas as demais “concessões estrangeiras”.

Na Segunda Guerra do Ópio, 15 anos mais tarde, comerciantes britânicos, franceses, norte-americanos, japoneses e do Império Russo impuseram ainda mais exigências, mobilizando vapores armados e milhares de soldados. A China foi forçada a entregar ainda mais territórios e a abrir ainda mais cidades. As exigências não pararam. E, em 1898 foi assinado o arrendamento, por 99 anos, das ilhas em torno de Hong Kong, chamadas “novos territórios”. A China mergulhou num período de fome devastadora, guerras civis e disputas entre senhores-da-guerra, com subdesenvolvimento e miséria terrível para a grande maioria dos chineses.

A Revolução de 1949

A Revolução Chinesa que culminou em 1949, sob a liderança revolucionária de Mao Tse-tung e do Partido Comunista Chinês, pôs fim aos tratados desiguais e ao tratamento racista ao povo chinês dentro do próprio país, e iniciou a reorganização da economia chinesa sobre uma base socialista.

Mas Hong Kong permaneceu em mãos britânicas imperialistas; Macau permaneceu em velhas mãos colonialistas portuguesas; e na ilha de Taiwan o reacionário, derrotado regime do Kuomintang, do ditador Chiang Kai-shek sobreviveu como protetorado dos EUA. Os países imperialistas no Ocidente e o Japão negaram desenvolvimento tecnológico e industrial à empobrecida e subdesenvolvida China Popular.

Nos anos 1980s, a China socialista começou a abrir-se para investimentos capitalistas ocidentais em ritmo sempre crescente. O mercado capitalista na China e a influência das relações capitalistas de propriedade erodiram gravemente a noção da posse socialista. Mas a centralidade do Partido Comunista na política e na economia não foi quebrada.

Assim como os imperialistas há 100 e 200 anos sabotaram qualquer tentativa de impor controles à dominação econômica deles, Wall Street, hoje, continua a obrar por todos os meios para reconquistar acesso irrestrito aos mercados chineses.

HKSAR: Hong Kong Special Administrative Region of China (Região Administrativa Especial da China em Hong Kong)

Em 1997, deveria expirar o acordo de 99 anos que fazia de Hong Kong colônia britânica. Em 1984, a China assinou um acordo com a Grã Bretanha sobre o status futuro de Hong Kong. Esse acordo recebeu o nome de Lei Básica de Hong Kong [orig. Hong Kong Basic Law].

Para evitar instabilidade e o fim do fluxo de investimento estrangeiro através de Hong Kong, o governo chinês, ao mesmo tempo em que insistia no retorno de Hong Kong à soberania chinesa, concordou em dar garantias de 50 anos às relações capitalistas ali vigentes, nos termos de um acordo chamado “Um País, Dois Sistemas”, ideia originalmente proposta pelo secretário-geral do Partido Comunista Deng Xiaoping.

Hong Kong passou a ser “Região Administrativa Especial da República Popular da China em Hong Kong” (ing. HKSAR). Pelo acordo com o imperialismo britânico, a HKSAR manteria o status de centro financeiro, com livre fluxo de capital. O dólar de Hong Kong continuou a ser livremente convertível.

O status dos direitos de propriedade, contratos, propriedade de empresas, direitos de herança e investimento estrangeiro, tudo isso recebeu garantias. O acordo estipulava que o próprio sistema capitalista de Hong Kong e o way of life local permaneceriam inalterados até 2047. Uma rede de escolas privadas, universidades e a grande imprensa-empresa comercial não mudaram de mãos. A Lei Básica de Hong Kong também declarava que o sistema socialista e políticas socialistas não seriam vigentes em HKSAR.

Aos banqueiros, financistas e proprietários de indústrias de Hong Kong foi assegurada autonomia, exceto em assuntos de política externa e de defesa, campos nos quais a República Popular da China seria única autoridade. Esse controle mínimo é que o movimento Occupy Central está desafiando agora, ao exigir a renúncia do Chefe Executivo Cy Leung.

Um judiciário antiquado, baseado na Common Law britânica protege as leis que defendem as mais violentas relações de propriedade privada. Tribunais de pequenas causas, cortes especiais para proprietários de terra, tribunais do trabalho, tribunais para adolescentes, tribunais presididos por coroners e tribunais de apelação, todos trabalham com leis capitalistas muito antigas e desconhecem a legislação sob a qual vivem os restantes 99,5% da população da China.

Os juízes de Hong Kong ainda usam trajes ao estilo britânico, com perucas feitas de crina de cavalo, luvas brancas, togas e capas vermelhas, reservadas para cerimônias oficiais.

As garantias de lei que protegem o capitalismo mais irrestrito em Hong Kong por 50 anos significam que se veem ali, lado a lado os mais espantosos extremos de riqueza e de miséria.

ONGs mantidas pelos EUA

Temerosos das mudanças democráticas que viriam com o avanço da classe trabalhadora, depois de assinado o acordo com os britânicos em 1984 a classe governante imediatamente começou a violar aquele acordo, implantando novos partidos políticos e organizações para operarem depois que o território voltasse a pertencer à China. Depois de 145 anos de governos nomeados, de repente, pomposamente, puseram-se a exigir mudanças democráticas.

Três anos antes de entregarem a soberania em 1997, os britânicos modificaram a constituição e criaram conselhos distritais, urbanos e regionais, e um conselho legislativo. Essas reformas de cima para baixo encontraram forte oposição do governo chinês, como violação do tratado vigente e tática para subverter seu sistema político.

Mas muito pior que todas as mudanças oficiais foi a vasta expansão do ‘poder soft’ dos EUA em Hong Kong.

Há hoje mais de 30 mil ONGs registradas em Hong Kong. Cobrem praticamente todos os aspectos da vida (Social Indicators of Hong Kong).

Os EUA financiam ONGs para subversão política através da Agência para Desenvolvimento Internacional do Departamento de Estado, que transfere dinheiro para órgãos oficiais como National Endowment for Democracy (NED), National Democratic Institute (NDI), National Republican Institute, Ford Foundation, Carter Center, Asia Foundation, Freedom House, Open Society de George Soros e Human Rights Watch, dentre outras.

Todos esses grupos e muitos outros financiam projetos que se apresentam como de promoção e defesa de direitos humanos, democracia, imprensa livre e reforma eleitoral. Esse mecanismo que mantém e financia redes sociais opera para as mesmas finalidades também na América Latina e no Caribe, por todo o Oriente Médio e África, no Leste da Europa e nas ex-repúblicas soviéticas.

O imperialismo norte-americano jamais implantou democracia em nenhuma de suas centenas de guerras, intervenções, ataques com drones, golpes de estado ou vigilância global. Mas a fachada de “promovendo a democracia” tornou-se cobertura para todos os tipos de ataques contra a soberania de outros países em todo o mundo.

Claro que grupos religiosos e outros estados, especialmente da União Europeia, também mantêm associações políticas e redes sociais em Hong Kong e por todo o mundo. Alguns desses grupos talvez até operem de modo genuinamente independente e ofereçam ajuda legítima a trabalhadores imigrantes, desempregados, ou cuidem de suprir carências de moradia ou atendimento à saúde dos mais pobres, absolutamente não representados em Hong Kong. Mas a maior parte das ONGs é uma rede de organizações da chamada “sociedade civil” controladas por e a serviço do poder das corporações norte-americanas.

Número crescente de artigos na imprensa chinesa já estão ligando os pontos e já conhecem a ligação estreita entre os líderes de Occupy Central e ONGs mantidas pelos EUA.

Segundo China.org.cn, “Cada um e todos os líderes de ‘Occupy Central’ são diretamente ligados ao Departamento de Estado dos EUA, a NED e NDI, ou estão envolvidos em um dos muitos esquemas do NDI” (6/10/2014).

O autoproclamado líder de Occupy Central, Benny Tai, é professor de Direito que recentemente recebeu bolsas de estudos de NDI e NED e foi membro da direção de um Centro para Lei Pública e Comparada, financiado pelo NDI. Participou de inúmeros eventos e conferências patrocinados pelo NDI. Vale também para outra figura de destaque em Occupy Central, Audrey Eu.

Também segundo China.org.cn, “Martin Lee, presidente fundador do Partido Democrata de Hong Kong é outra figura de destaque que se aliou ao movimento Occupy Central. Esse ano, Lee esteve em Washington em reunião com o vice-presidente Joseph Biden e a Republicana Nancy Pelosi, e até participou de uma conferência realizada pela NED planejada especificamente para promovê-lo pessoalmente e promover sua agenda de “democracia”  em Hong Kong. Lee chegou até a receber um prêmio “Democracia”, da NED do Departamento de Estado dos EUA, em 1997. Também esteve em Washington, acompanhando Lee, Anson Chan, outra destacada figura política, que apoia os crescentes tumultos pelas ruas de Hong Kong.”

No ocidente também começam a aparecer publicações que tomam conhecimento dessas informações, dentre os quais Counterpunch in “Hong Kong and the Democracy Question”; e Global Research em “U.S. Now Admits It Is Funding Occupy Central in Hong Kong.”

Mesmo em Hong Kong, uma pesquisa descobriu que a maioria dos que ganham $10 mil por ano ou menos, são contra os tumultos; mas que quem está fazendo  $100 mil ou mais por anos apoia a continuação dos tumultos.

Wall Street não está satisfeita com as profundas entradas que o capitalismo já abriu para a China, e cada dia mais teme a competição dos chineses nos mercados globais. A pressão dos EUA por ‘liberalização’ política na China visa, exclusivamente, a promover abertura econômica cada vez maior e privatização crescente de indústrias estatais.

O imperialismo de EUA e Grã-Bretanha espera usar Hong Kong como fez há 150 anos, como base de apoio para conseguir agir politicamente com mais profundidade dentro da China. De diferente que, hoje, não terão pela frente uma dinastia feudal atrasada.

Com a dominação dos EUA na produção e nas finanças já em decadência, o “pivô” do governo de Obama significa que a classe governante nos EUA e seu aparelho militar tomaram a decisão de se tornarem mais confrontacionais na relação com Rússia e China.

Movimentos que se opõem às guerras dos EUA e organizações que defendem interesses dos trabalhadores nos EUA podem ter papel importante, se se recusarem a alinhar-se com os esquemas e ardis dos EUA orientados para sabotar as normas pró-socialistas que há na China e para minar a soberania chinesa.

Fonte: Workers World


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