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Guillermo Almeyra

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Em coluna

Israel, Estado terrorista, Estado canalha

Guillermo Almeyra - Publicado: Domingo, 03 Agosto 2014 15:10

[Tradução do Diário Liberdade] Israel nasceu graças às potências imperialistas e para frear naquele momento o nacionalismo libertador e o anti-imperialismo árabe e impedir por meio da violência sua possível ação coordenada. Por isso também contou desde o começo com a cumplicidade das monarquias da península arábica, apesar do islamismo que proclamam.


Em seus primeiros anos contou com os esforços abnegados dos judeus progressistas e até socialistas que acreditavam poder construir um Estado democrático e com espaços não capitalistas, como os kibutz, mas terminaram dentro de um Estado teocrático (Israel não tem nem Constituição e é um Estado confessional judeu), belicista, agressivo, que pratica e fomenta o ódio racial e o apartheid e deve atacar os seus vizinhos para evitar que neles se constitua a base da unidade política – como no caso palestino, entre o Hamas e a OLP – que Washington e Tel Aviv veem como um perigo potencial.

O governo da Bolívia declarou Israel um "Estado terrorista", o conhecido filósofo italiano Gianni Vattimo o qualificou, por sua parte, de "Estado canalha" e as ações deste Estado confessional e ultrarreacionário confirmam ambos os diagnósticos.

Israel, de fato, realizou contínuas guerras de agressão e ocupa porções crescentes do território dos palestinos apesar das múltiplas resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas. Bombardeou em plena paz Teerã, invadiu o Líbano e causou inauditas matanças de palestinos refugiados nesse país, incursionou na Tunísia para assassinar Yasser Arafat. Proibe pescar a mais de 4 quilômetros da costa para fazer com que Gaza passe fome. Destrói as casas e os campos dos palestinos e constrói sem parar colônias de judeus reacionários na Cisjordânia, dividindo essa região em pedaços sem união geográfica entre si para impedir a construção de um Estado palestino viável. Realizou atos de pirataria em alto mar ao abordar um barco turco que levava ajuda humanitária aos palestinos de Gaza e matar tripulantes turcos nessa ação. Bloqueia Gaza para que os habitantes dessa zona não tenham nem comércio nem trabalho e agora, em sua ofensiva, para a qual utiliza 80 mil soldados armados até os dentes, deixou Gaza sem luz, para que não se possa trabalhar, fazer funcionar os hospitais nem armazenar alimentos, e sem água potável, para que se difundam as doenças infecciosas. Bombardeou os hospitais e as escolas da ONU para as crianças, uma mesquita, um mercado cheio de gente e a crianças brincando na praia, em uma clara tentativa genocida similar ao realizado pelos nazistas no gueto de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial. Faz uma guerra contra objetivos civis – crianças, mulheres, refugiados – e desacata as resoluções até do Conselho de Segurança da ONU.

Os serviços secretos de Israel ajudaram a criar, junto às monarquias da península arábica, movimentos extremistas islâmicos como o Hamas para debilitar a laica e pluralista OLP, que anos atrás Tel Aviv considerava o principal inimigo. Agora, quando os mesmos se reforçaram e se conciliaram, quer fechar-lhes o caminho para uma solução política e pacífica do problema da coexistência palestino-israelense empreendido pelo Hamas ao aceitar formar um governo de unidade nacional com a OLP. Israel, por último, converteu Gaza martirizada em um bantustão, um gigantesco gueto onde a vida de um palestino não vale nada e a ultradireita sionista tenta suprimir a cidadania de mais de um milhão de cidadãos israelenses árabes e expulsá-los para conquistar a "pureza" étnico-religiosa de seu Estado bunker.

Como ocorreu no caso do regime fascista sul-africano baseado no apartheid, a comunidade internacional tem que castigar Tel Aviv com sanções efetivas cortando as importações e exportações provenientes de Israel, rompendo relações com o governo do criminoso de guerra Benjamin Netanyahu e seus aliados, impondo-lhes o pagamento de reparações e o levantamento do bloqueio à Gaza, organizando uma massiva ajuda humanitária mundial para reconstruir ali uma vida civilizada.

O Estado canalha de Israel, armado até os dentes com armas atômicas, fabricante de armas e vendedor das mesmas em escala mundial, diz cometer suas atrocidades genocidas para "se defender" de um grupo de palestinos desesperados e quase impotentes que disparam foguetes sem precisão nem eficácia militar. Estes ataques indiscriminados contra a população civil de Israel, incluindo palestinos israelenses, são inaceitáveis e criminosos, mas são apenas a resposta à agressão de Israel, respaldado pelos Estados Unidos, e a reprodução da mesma ideologia nazista de Netanyahu segundo a qual cada palestino tem responsabilidade coletiva pelo que faz um partido e deve ser exterminado porque é um inimigo potencial.

Em Israel mesmo um grupo de judeus e cidadãos árabes – da esquerda, religiosos antissionistas, pacifistas, intelectuais – condena com grande valentia a Netanyahu, o genocídio em Gaza, a colonização da Cisjordânia, o bloqueio aos territórios palestinos, e defende a criação de um Estado palestino que coexista com Israel como única solução para evitar a guerra permanente. Esse grupo salva a honra dos judeus, tal como o fizeram na Alemanha os socialistas e comunistas alemães nos anos 30, que se opuseram à ascensão de Hitler e à perseguição dos judeus e povoaram os campos de concentração muito antes de que neles fossem aprisionados para seu extermínio inválidos, dementes, ciganos, judeus e eslavos.

É necessário apoiar hoje esses valentes salvando os palestinos de Gaza, porque a lógica da política de Netanyahu leva à guerra perpétua nas fronteiras e também à supressão das margens democráticas em Israel por meio da repressão aos "antipatriotas" que condenam essas guerras. Se se quer a paz, há que combater sem trégua os fascistas.

Fonte: La Jornada.


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