Mas outras naves e porta-aviões, como o USS Making Island, tem capacidade para transportar a 102 oficiais e quase 1500 fuzileiros navais, e estão armados e preparados para o combate intensivo. Podem transportar 42 helicópteros CH-46, cinco aviões de combate duro AV-8B Harrier e seis helicópteros Blackhawk.
Também foi autorizado a entrada de submarinos de combate, naves tipo catamarã, um navio hospital, veículos de reconhecimento e combate com capacidade de movimento tanto por mar como por terra. Poderá entrar na Costa Rica o navio USS Freedom, com capacidade para combater a submarinos.
Impunidade para os soldados estadunidenses
Um documento oficial enviado a Embaixada de Estados Unidos na Costa Rica ao Ministério de Segurança do país centro-americano, explicou as condições de impunidade plena que desfrutará os soldados estadunidenses: "O pessoal dos Estados Unidos na Costa Rica poderá desfrutar da liberdade de movimento e direito de realizar as atividades que considerem necessárias no desempenho da sua missão".
A autorização solicitada pela nova presidenta da Costa Rica, Laura Chinchilla, foi aprovada pelo Congresso para um período de seis meses, até o dia 31 de dezembro de 2010. No entanto, setores políticos do país se opõem a esta medida e consideram que "a magnitude bélica [da presença militar estadunidense] violenta a soberania do país"
Os partidos políticos costarriquenhos "Ação Cidadã" (Partido de la Acción Ciudadana), a "Unidade Social Cristã" (Unidad Social Cristiana) e a "Frente Ampla" (Frente Amplio) também se opuseram a presença militar estadunidense, alegando que "a força destrutiva dos navios, helicópteros e fuzileiros navais é desproporcionada para o combate do narcotráfico".
Ameaça militar
No ano passado, os Estados Unidos e a Colômbia assinaram um acordo militar que permitiu o uso de sete bases militares no território colombiano, além de qualquer outra instalação civil ou militar que seja necessária para o cumprimento das operações e missões estadunidenses na América do Sul.
Um documento oficial das Forças Aéreas dos Estados Unidos revelou que sua presença na Colômbia foi necessária para poder executar operações militares de "caráter amplo" por todo o continente. Além de que este documento indicou que da Colômbia as forças estadunidenses combateram "a constante ameaça de... governos anti-estadunidenses na região", fazendo referência aos vizinhos da Colômbia como Venezuela, Equador e Bolívia, considerados por Washington como "adversários".
O documento das Forças Aéreas também falou da capacitação das Forças Armadas estadunidenses para poder executar "uma guerra de forma expedita" na região, utilizando a Colômbia como base de operações.
Durante os últimos quatro anos, Washington aumentou sua presença militar nas ilhas de Aruba e Curazao, onde desde 1999 mantém pequenas bases de operações avançadas. As ilhas holandesas estão localizadas a menos de 70 Km da costa venezuelana.
Logo depois da tragédia produzida pelo terremoto no Haiti em janeiro, os Estados Unidos enviou por volta de 20 mil soldados e equipamentos militares desproporcionais em relação ao país caribenho. A crescente presença militar estadunidense foi percebida por muitos na região como uma tentativa de militarizar o Caribe, e intimidar a países como Venezuela, classificado por Washington como "uma ameaça" a seus interesses.
A Constituição da Costa Rica proíbe a presença de forças armadas no seu território e proclama o país como uma zona de paz. A nação centro-americana não tem nem sequer suas próprias forças armadas ou equipamentos de defesa.
A surpreendente, desproporcionada e massiva presença militar estadunidense na Costa Rica parece formar parte da expansão militarista dos Estados Unidos na região, buscando assim recuperar sua dominação e influência sobre o que ainda considera seu "pátio traseiro".
Fonte: ABN
Tradução: Paulo Gustavo Roman
Texto originalmente publicado no dia 10 de julho de 2010