Os países da América Central e América do Sul investiram energias incalculáveis na luta contra a invasão do cultivo de folha de coca destinada à produção de cocaína, uma substância obtida através de componentes químicos muito agressivos e que é tão prejudicial à saúde e à mente humana.
Os governos revolucionários, como os da República Bolivariana da Venezuela e da Bolívia, fazem um esforço especial para frear o seu avanço, como o fez oportunamente Cuba.
Evo Morales já há muito tempo proclamou o direito de seu povo de consumir chá de coca, uma excelente infusão da milenar cultura tradicional dos índios Aymara e Quechua. Proibí-la seria como dizer a um inglês que não consuma chá, um hábito saudável importado pelo Reino Unido da Ásia, conquistada e colonizado pelos ingleses durante centenas de anos.
“Coca não é cocaína” foi o slogan de Evo.
É curioso que o ópio - uma substância que é extraída da papoula, bem como a morfina-, fruto da conquista e do colonização estrangeira em países como Afeganistão, e que é extremamente prejudicial quando diretamente consumido, foi utilizado pelos colonizadores ingleses como moeda de troca que outro país de cultura milenar como a China deveria aceitar à força como forma de pagamento pelos sofisticados produtos que a Europa recebia da China e até então pagava com moedas de prata.
Frequentemente é citado como um exemplo desta injustiça, nas primeiras décadas do século XIX, que um trabalhador chinês que se tornava viciado gastava dois terços do seu salário em ópio e deixava sua família na miséria.
Em 1839, o ópio já estava disponível para os trabalhadores e camponeses chineses. A Rainha Victoria, do Reino Unido, impôs nesse mesmo ano a Primeira Guerra do Ópio.
Comerciantes ingleses norte-americanos, com forte apoio da coroa inglesa, viram a possibilidade de grandes negócios e lucros. Por esse tempo, muitas das grandes fortunas americanas foram baseadas naquele narcotráfico.
Temos de pedir à grande potência, apoiada por quase mil bases militares e sete frotas comandadas por porta-aviões nucleares e por milhares de aviões de combate – com os quais tiraniza o mundo -, que nos explique como é que vai resolver o problema das drogas.