Há quem diga que a situação é ainda pior. Um deles é Paul Krugman. Em 05/11, em artigo na Folha de S. Paulo, o economista afirma que pesquisa de 2005:
...constatou que quase dois terços dos avanços de renda entre o 1% mais rico beneficiavam o 0,1% mais rico - o milésimo mais rico dos norte-americanos, cuja renda real subiu mais de 400% entre 1979 e 2005.
O dado pode levar a conclusões indevidas. Uma delas é a de que mesmo os que fazem parte da centésima parte bilionária americana são vítimas da milésima fração ainda mais rica. Ao primeiro grupo pertenceriam empresários produtivos. No segundo estariam banqueiros gananciosos. Daí, a necessidade de se juntar aos segundos contra os primeiros.
Não é nada disso. Desde que Lênin escreveu seu livro sobre o imperialismo, sabe-se que o capital financeiro é a junção de capital bancário com capital industrial. Ambos se uniram no controle das maiores e mais poderosas empresas do mundo.
No momento em que as ruas são tomadas por multidões enfurecidas isso pode não fazer muita diferença. O importante seria combater o inimigo maior. Pode ser. Mas a luta anticapitalista tem que mirar no sistema como um todo. Não apenas em sua feia cara especulativa. É preciso cuidado para não se concentrar apenas nos chifres do touro e acabar pisoteado por suas patas.