Wikileaks é dos nossos, são parte de nossa forma de fazer, de nossa forma de trabalhar, de nossa forma de resistir no terceiro milênio às mentiras e falsidades do capitalismo em todas suas formas, não tenham dúvidas: eles são dos nossos.
Assange deu uma lição, converteu os relatórios secretos em algo público, numa coisa da que todo mundo ouviu falar. Todo mundo pôde ver como diz, Chomsky, o "profundo ódio à democracia por parte de nossos líderes políticos", e isso o conseguiu filtrando essa informação à mídia. Alguns pretenderam ver um erro, ou algo pior, no fato que Assange desse esta informação à grande mídia, sem entender como funciona a comunicação hoje em dia e sem saber valorizar que estes meios criam opinião. Julian como nós (que publicamos contrainformação antagônica diariamente para contrarrestar a que publicam estas meios do capital, sabemos isso). O que se fez é uma jogada muito astuta, tem mudança de que estes possam sacar partido do que nestas mensagens se dizem (já sabemos que o filtraran, já sabemos todos que se o que publicam estes meios do capital, já é brutal, podemos deduzir que o que escondem deve ser ainda pior, e mais tarde ou mais cedo vai aparecer.
Nós, como Pepe Escobar e como muitos vemos que desta forma se garantiu o máximo impacto mediático para wikileaks. Em definitivo, esta informação não ficou perdida e desprestigiada na imensidão da rede. Ele sabe como funcionam os meios e sabe que há que os utilizar para chegar ao grande público, mas também sabe como funciona a rede, como funciona a defesa e a obtenção da informação, elaborou um sistema de alto nível, e não só ele, pois amanhã se publicarão mais relatórios. Ele será detento, encausado pela rede wikileaks. É imparável. Tomem nota: estamos na batalha ideológica do século XXI.
O que demonstrou o coletivo de wikileaks é o mal que trabalham os jornalistas, o servis que são com o capital. O amigo Pascual Serrano nestes dias publicou um articulo dizendo que dar essa informação ao El País ou a The Guardian ou Le Monde era um aprova de debilidade, se equivoca meu amigo Pascual, Julian demonstrou a estes incompetentes que este trabalho, que ele e seu coletivo (não são mais de vinte pessoas, jornalistas, informáticos, políticos, professores, artistas, etc. apoiados por muitas pessoas de reconhecido prestígio entre elas Ken Loach ou Noam Chomsky ) ou não são uns aprendizes de bruxos, não são tão tontos como alguns querem fazer acreditar. Nem são como quereriam os conspiranoicos, empregados da CIA, nem de nada parecido, são pessoas do século XXI, são ativistas da liberdade.
Os jornalistas do El País e dos outros meios são os que deveriam fazer este trabalho de procura de novas fontes de informação, e uma vez encontradas, as contrastar, as analisar e depois as explicar à cidadania para que esta pudesse se formar uma opinião certamente livre. Mas isso não o fazem, basicamente porque não são jornalistas, são empregados do jornal; empregados do capital.
Que lição, que banho de ética e de valor demonstraram Julian e o pessoal de wikileaks... está claro: são dos nossos. São dos que lutam para valer pela liberdade.
PS:
Que é Wikileaks?
Wikileaks é um Site dedicado à publicação de informações anônimas e filtrações sensíveis, especialmente de caráter governamental, ainda que, segundo se afirma, também bancário, religioso e empresarial. Sua base de dados contém, até a data, mais de um milhão de documentos, cuja publicação começou em 2007, ainda que tenha sido em abril de 2010 quando atingiu uma repercussão mundial depois de fazer público um vídeo no que morrem por disparos estadunidenses dois empregados de Reuters. Em julho de 2010, protagonizou a filtração em massa de uns 77.000 documentos sobre a guerra de Afeganistão; três meses depois, o portal filtrou quase 400.000 arquivos sobre a guerra do Iraque.
Que ideologia há por trás do wikileaks? Vejamos como o explica Pepe Escobar:
Para começar. Permite-me explicar o que seria o credo, me deixa usar este termo em desuso, de Assange, de acordo com suas próprias palavras. Tomo pé em "State and Terrorist Conspiracies". Aqui pode ler-se: "Para mudar radicalmente o comportamento do sistema, devemos pensar com clareza e audazmente, porque se algo aprendemos é que os regimes políticos não desejam ser transformados. Temos que pensar para além daqueles que nos precederam, e descobrir mudanças tecnológicas que nos encorajem com formas de atuação que nossos antecessores não puderam usar. Em primeiro lugar, devemos entender que aspecto da conduta do governo ou das grandes corporações queremos mudar ou eliminar. Em segundo lugar, devemos desenvolver uma forma de pensar a respeito desse comportamento que seja o suficientemente consistente para nos levar através do lodo da linguagem politicamente distorcida e nos conduzir uma posição clara. Por último, devemos utilizar esta informação para que nos ajude a empreender um caminho que desemboque numa ação nobre e eficaz".
Assange vê o Wikileaks como um anti-vírus que nos pode ajudar a combater a distorsão da linguagem política. Acredita substancialmente que revelar segredos levará à parálisis desinformativa neste âmbito, à não produção a mais segredos no futuro. Sem dúvida, admito-o, é uma visão anárquica-romântica-utópica.
Assange imagina, essencialmente, os EUA como uma grande, como uma enorme conspiração autoritaria. Chomsky poderia sustentar o mesmo. A diferença é que ele acha que tem uma estratégia de combate contra esta conspiração: degradar a habilidade, a capacidade do sistema para conspirar. É aqui que entra a metáfora de uma rede de computação. Assagne quer combater o poder do sistema tratando-o como um computador que está afetado, estragado pelas "areias do deserto". Como gostaria de ver o grande Borges escrevendo um conto baseado neste tema!