1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)
Laerte Braga

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Livre expressão

A América Latina: Um momento de decisão e os tentáculos do terrorismo midiático

Laerte Braga - Publicado: Quarta, 29 Setembro 2010 02:00

Laerte Braga

O caráter putrefato da mídia privada na América Latina é um dos desafios que precisa ser enfrentado e vencido sob pena de vivermos o terrorismo midiático e os golpes tramados e aplicados pelo complexo EUA-ISRAEL TERRORISMO S/A, uma associação de empresas voltadas para a chantagem, a extorsão, a barbárie, o terrorismo, da qual a mídia é um dos braços mais importantes.


O noticiário em torno das eleições legislativas na Venezuela afirma que o presidente Hugo Chávez foi derrotado e não conseguiu maioria absoluta no Parlamento. O que é maioria absoluta? Metade e mais um dos membros do Parlamento. O partido de Chávez elegeu 90 deputados contra 59 da oposição, sete cadeiras ainda em disputa e duas conferidas a partidos de esquerda contrários ao presidente.

Quem vai além das manchetes, dos noticiários de tevê percebe que em seguida ao anúncio da “perda” da maioria absoluta, a mídia privada se autocorrige e fala em maioria de dois terços.

Ou uma coisa ou outra. É má fé pura. Criar a confusão e vender uma realidade que não existe.

Chávez venceu as eleições.

Os veículos de comunicação do grupo Rede Globo no Brasil foram enfáticos ao criar a confusão entre maioria absoluta e maioria de dois terços, tanto quanto em omitir ou falar nas célebres letras pequenas, que a oposição não tinha representantes no Parlamento pelo simples de ter se retirado da disputa nas eleições anteriores.

Omitiram a absoluta liberdade de opinião e voto na Venezuela, sem o que não seria possível à oposição eleger 59 deputados.

É a contradição entre chamar o presidente Hugo Chávez de “ditador” e de outro lado o presidente Hugo Chávez promover eleições livres e democráticas.

A mídia privada é o esgoto da informação. O cheiro que exala é fétido.

No Brasil, a cinco dias das eleições que vão definir o futuro presidente da República, vinte e sete governadores, dois terços do Senado e a totalidade da Câmara dos Deputados, além das assembleias legislativas, a mídia privada transformou-se em trincheira da candidatura José “Arruda” Serra (extrema-direita) e incensa a candidatura verde-marrom de Marina Silva, na tentativa de forçar um segundo turno entre “Arruda” Serra e Dilma Rousseff.

Marina “acha” que está crescendo de fato e vai bater “Arruda” Serra. Pode até ser se não restar alternativa às forças de extrema-direita, mas difícil. Os institutos de pesquisa padrão Datafolha e IBOPE (vinculados à mídia privada) devem balancear os números de forma a tentar induzir a opinião pública a dúvidas sobre a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno e tentar uma cartada decisiva no segundo. Mas “Arruda” Serra é o preferido dos neoliberais.

Dois jornais não escondem seu apoio ao candidato. O Estado de S. Paulo e Folha de São Paulo. “Arruda” Serra é ex-governador do estado de São Paulo.

A América Latina vive um momento decisivo. A vitória de Hugo Chávez nas eleições venezuelanas, mantendo maioria absoluta no Parlamento. A perspectiva de crescimento dos partidos de esquerda no Brasil, além da eleição de Dilma Rousseff, todo esse conjunto de fatos abre perspectivas para transformações políticas, econômicas e sociais mais profundas, tanto quanto para avanço dos movimentos populares, sobretudo no Brasil.

É uma caminhada longa, um processo que certamente encontrará forte resistência nos bastiões da extrema-direita (latifundiários, grandes empresas multinacionais e banqueiros), mas passa, entre outras coisas, por espaços para a mídia alternativa, principalmente no setor de televisão e rádio.

Tevês e rádios comunitárias, assim como a Internet (a blogosfera) são os caminhos naturais para o confronto com a mídia privada e a possibilidade do cidadão comum ter acesso a informações corretas, verdadeiras e a partir daí informar-se e formar-se livre de distorções primárias como essa de maioria absoluta e maioria de dois terços, ou do terrorismo midiático nesta última semana de campanha eleitoral no Brasil a favor do candidato José “Arruda” Serra.

Não se trata de cercear liberdade de opinião, mas de oferecer opinião diversa e mostrar fatos reais. É o que basta para esses tentáculos golpistas caírem por terra. É só olhar o efeito que já causa a blogosfera, sobre a qual essa mídia podre tenta avançar.

O que a mídia privada oferece é um caminho de imbecilização do ser humano através da mentira, das distorções, de uma realidade que não existe, o espetáculo transformado em show diário da mediocridade.

A confusão deliberada tanto entre maioria absoluta e maioria de dois terços é a mesma que cria nas denúncias infundadas de última hora ou nas pesquisas montadas como parte do esquema para tentar a todo custo evitar a eleição de Dilma.

Sabe o significado disso para toda a América Latina. No curso das privatizações em anos passados, a mídia se transformou em braço do capitalismo norte-americano em quase toda a América Latina.

Na véspera das eleições de 2006 a mídia, através da Globo, lançou a denúncia de um dossiê, mostrou a montanha de dinheiro que seria usada para comprar o dossiê e terminado o segundo turno sequer tocou no assunto. Fora apenas um tiro dado sem êxito na candidatura de Lula, que acabou reeleito.

Usam os mesmos esquemas nas eleições deste ano, 2010, como buscam minimizar a vitória de Chávez, transformá-la em derrota na tentativa de evitar que a repercussão do fato real se constitua em benefícios à candidatura de Dilma Rousseff.

As eleições no Brasil transcendem ao País, têm a cor de toda a América Latina.

E a mídia privada é o braço golpista dos cartéis neoliberais que aqui se amontoam no PSDB e no DEM, partidos de extrema-direita. E como tal, sem qualquer escrúpulo, tanto quanto essa mídia.

Até o dia da eleição, domingo, três de outubro, o terrorismo midiático vai ser a grande realidade da campanha eleitoral no Brasil.

 


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.