Bush, em seus oito anos de governo, montou uma impressionante máquina de guerra, escorada em ações militares e terroristas e trouxe para o plano da realidade a perspectiva de uma terceira guerra mundial. Há dias atrás, o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, alertou o mundo para os riscos desse possível conflito.
A invasão e ocupação do Iraque, escoradas na mentira das armas químicas e biológicas, à revelia de decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, por sua vez, enterrou a ONU, transformando-a em adereço para justificar ao sabor de conveniências, ações terroristas de norte-americanos e seus aliados, o principal deles Israel.
O chamado Ato Patriótico de Bush, o Patriotic Act, pretensa resposta ao ataque e destruição das torres gêmeas do World Trade Center, abriu as portas para a tortura, assassinatos seletivos, sequestros, campos de concentração como o de Guantánamo (território cubano ocupado por estadunidenses), massacres no Afeganistão, e permitiu a transformação dos Estados Unidos da América do Norte numa grande corporação terrorista, com mais de seiscentas bases militares espalhadas pelo mundo e a necessidade de guerras que signifiquem ganhos para a organização terrorista.
Hans Blinx, ex-inspetor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, que recomendou cautela à época que precedeu a guerra do Iraque, disse a jornais e tevês inglesas, mês passado, “que não havia evidências de armas químicas e biológicas no Iraque, mas a embriaguez dos EUA com seu poder militar, seu arsenal poderoso, ignorou o relatório dos inspetores”.
Havia o petróleo, hoje todo em mãos de empresas do conglomerado terrorista outrora uma nação, a importância de neutralizar um país hostil no Oriente Médio e evitar riscos para o parceiro no terror, o Estado de Israel.
O filme Intriga de Estado, do diretor Kevin Macdonald, produção de 2009, com os atores Russel Crowe, Bem Affleck e a atriz Rachel McAdams, conta a história de um congressista norte-americano que percebe os riscos do controle de empresas privadas sobre os serviços de inteligência dos EUA, sobre as forças armadas, o poder paralelo que se desenvolve nesse processo, inclusive o tráfico de drogas e mulheres e o denuncia numa das comissões da Câmara de Representantes daquele país.
Para atenuar o impacto da denúncia junto ao público norte-americano (o cidadão comum que assistiu ou vai assistir ao filme, que é quem paga a conta) o congressista acaba preso envolvido numa trama pessoal – é alvo da paixão e gravidez de uma assessora –.
De qualquer forma fica evidente que uma empresa, no filme, detém o controle do setor de inteligência, dos serviços de recrutamento e treinamento de soldados para guerras semelhantes às do Iraque e do Afeganistão, das políticas de ocupação gradual e constante de países europeus (através da OTAN), reduzindo a soberania de cada um deles e aprisionando a Europa Ocidental através de bases e acordos militares restritivos da independência de cada um desses países. Da ação terrorista de Israel no Oriente Médio, da devastação do continente africano e do controle/cerco em torno da Rússia e da China, países detentores de arsenais nucleares capazes de causar danos aos EUA.
O presidente Barack Obama não conseguiu, na realidade, deter esse processo. O filme é apenas isso, reflexo da realidade terrorista construída sob George Bush. O poder do Estado está sendo minado pelo poder das grandes corporações que controlam o “negócio” da guerra, com faturamento absurdo.
É recente a divulgação de noventa e dois mil documentos secretos da guerra do Afeganistão e de ações terroristas norte-americanas em diversos países do mundo. O site que trouxe toda essa farta documentação a público, o WikiLeaks, tem sido alvo de sistemáticos ataques, seus responsáveis perseguidos, mas nada disso apaga o caráter bárbaro e terrorista das políticas norte-americanas em todo o mundo.
Um império erigido sob o terror em todo o seu espectro.
O filme é uma tênue denúncia de uma situação real muito mais trágica e perigosa que o que se vê na tela.
É possível perceber o que já se sabe e já foi objeto de denúncia em vários setores no mundo inteiro. Que mortes de soldados recrutados por empresas privadas dos EUA para a guerra não são problema. Objetos, máquinas humanas de matar que logo são repostas quando imprestáveis.
Na América Latina controlam a Colômbia – lato sensu, uma colônia – e países da América Central. O golpe militar em Honduras não teve outra razão que não manter os “negócios”, nem tão grandes assim naquele país, mas alertar governos contrários em toda a região que o “Grande Irmão” não irá tolerar desafios. A matança por lá continua e é diária, no arremedo de democracia de Pepe Lobo.
Um dos setores vitais para que os “negócios” floresçam e as ações terroristas permaneçam é o controle que exercem sobre a chamada mídia privada (redes de tevê, rádio, jornais e revistas). Foi assim na Venezuela no primeiro golpe midiático da história (abril de 2002) e tem sido assim na ação permanente de mentir, distorcer e inundar o noticiário de fatos irrelevantes, transformando-os em acontecimentos capitais, jeito de evitar que a população de cada país tome conhecimento dessa realidade brutal. Mais ou menos como organizar a fila do gado “tangido e moído” para o matadouro do império.
No Brasil esse controle é praticamente absoluto.
Estamos a um mês das eleições que escolherão o futuro presidente da República. Toda a chamada grande mídia brasileira transformou-se em partido político na tentativa de, através de mentiras, distorções dos fatos, ações planejadas e determinadas ao fim a que se propõe, tentar evitar a eleição da candidata Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores), apoiada por Lula.
Para secundar essa ação, jornais dos EUA, que identificavam em Lula o grande líder da América Latina, chamam o brasileiro hoje de “amigo dos tiranos”. Referem-se a Chávez e a Ahmadinejad, Venezuela e Irã respectivamente.
Não há um programa de governo do principal adversário de Dilma, mas só manobras em cima de falsos escândalos para tentar desqualificar e desacreditar a candidata. As grandes redes de tevê, a maior delas a Rede Globo, monta notícias e fabrica fatos que possam favorecer Serra, como fez em eleições passadas (Collor, Alckmin e FHC anteriormente).
Agem assim em relação à Venezuela, à Bolívia, e à todos os países onde os governos reagem ao tacão terrorista do nazi-sionismo norte-americano.
O grande vilão hoje é o Irã.
O filme Intriga de Estado não é uma obra prima. É um bom filme de ação. O seu mérito, mesmo com limitações, é o de mostrar o caráter de corporação terrorista que é o Grande Irmão da América nos dias atuais.
Obama, por exemplo, após exaustivas negociações, vai conseguir reduzir em sete por cento as privatizações e contratos de terceirizações nos serviços de inteligência em seu país. Não conseguiu ir além. Há um Estado paralelo que controla o país e hoje se mostra muito mais poderoso que o Estado oficial, até porque, assumiu o comando das forças armadas norte-americanas.
A importância de romper o controle que a mídia privada exerce sobre a informação está aí. Não há notícias sobre os milhões de norte-americanos atingidos pela crise que abalou o mundo dois anos atrás e ainda mantém inalterados seus reflexos sobre os que pagam a conta das grandes corporações.
Um novo modelo de saúde nos EUA está sendo chamado pelos donos do “negócio” de “atraso”, de “modelo comunista”.
O filme Avatar perdeu o prêmio do Oscar por antecipação para Guerra ao Terrorismo (A Academia de Cinema de Hollywood sempre foi um braço da CIA e do Departamento de Estado), depois da reação de senadores republicanos à sua mensagem. Liberdade e solidariedade através da igualdade.
É preciso criar o pânico, o fazem no Brasil, na Venezuela, em qualquer país europeu, que os vilãos que elegem como inimigos da “democracia” devem ser eliminados a qualquer preço, qualquer preço mesmo, inclusive o da própria liberdade.
Há quarenta anos atrás o socialista Salvador Allende era eleito presidente do Chile. Promoveu a reforma agrária, tirou Cuba do isolamento, estatizou o petróleo e a exploração do cobre. Foi assassinado num golpe militar em que generais chilenos subordinados a Washington (documentos do governo dos EUA mostraram largamente os fatos) transformaram o Chile num grande campo de concentração. Como fizeram com o Brasil em 1964.
A ação dos Estados Unidos (do governo das corporações) sobre a América Latina está aumentando de intensidade e o fantasma dos golpes de Estado começa a sair das catacumbas na pregação do medo transformado em principal arma do conglomerado terrorista EUA-Israel Terrorismo S/A.
Quem imaginava que a organização Spectre (chantagem, vingança, espionagem, assassinatos, extorsão) criada por Ian Fleming e principal adversária de James Bond fosse impensável nas dimensões que apresentava, não imagina por outro lado que algo maior e muito mais sinistro, a EUA/Israel Terrorismo S/A se materializasse e viesse a ser, como é, a grande ameaça ao mundo e à humanidade.
Os Estados Unidos não passam de uma grande corporação terrorista. Obama, como qualquer outro, é peça de enfeite, de adorno, da barbárie que essa corporação vai espalhando pelo mundo. O ser humano é mero objeto nesse processo.