Todas as ditaduras militares na América do Sul aplicaram a tortura em massa como forma de terror político contra as esquerdas e os movimentos sociais (especialmente contra os comunistas). Os comunistas não só foram às maiores vítimas da tortura como os que mais lutaram contra essa barbárie elevada à política de Estado. Enquanto isso, em Cuba, quando a ditadura de Fulgêncio batista foi derrubada pela Revolução, foram descobertos vários centros de tortura. A Revolução cubana não só devolveu os corpos às famílias das vítimas e puniu os torturadores em julgamentos públicos, justos e com o devido processo legal, como criou uma política de banição total da tortura no sistema carcerário e na polícia. Mas não foi só isso: Cuba serviu como uma base mundial de denúncia das torturas realizadas pelas ditaduras militares na América do Sul e em África.
O pensamento liberal e reacionário adora apontar a esquerda como antidemocrática e totalitária, mas, na realidade, quando Bolsonaro elogia um notório torturador como Brilhante Ustra ele não está mais que seguindo a tradição histórica da direita continental; e quando a esquerda repudia esse tipo de postura política, ela também não faz mais que seguir seu histórico de combate a esse brutal crime contra a humanidade! De resto, a tentativa da direita de igualar os “justiçamentos” das guerrilhas urbanas e rurais que lutavam contra a ditadura com a tortura do Estado não passa de uma tentativa desesperada e falsa de tentar igualar o inigualável: a esquerda armada nunca cometeu estupros, matou mulheres grávidas, torturou crianças ou idosos, usou a “cadeira do dragão” ou coisas do tipo. Os “justiçamentos” não passavam da eliminação de agentes da tortura capturados em combate – algo extremamente raro – na luta inglória de jovens corajosos contra o maior e mais poderoso Estado militarizado da América do Sul!