Antes leia a Parte I e Parte II deste artigo.
32. Foram eximidas, por decisão da Justiça (sic), as grandes empresas usuárias de energia, como ALCOA, Dow Chemical e outras transnacionais mineradoras e da indústria química, beneficiárias, há muitos decênios, de tarifas subsidiada
33. Esse é mais um exemplo daquilo com que topamos em toda a infraestrutura: o modelo montado para arrancar o solo, o subsolo e as águas do País, juntamente com nutrientes e minérios, a fim de exportar tudo, com subsídios governamentais, a preços ridiculamente baixos, e sem reparação pelos irreparáveis e colossais danos ambientais.
34. Em relação aos combustíveis líquidos, avulta a prevalência dos fósseis, não-renováveis, conforme a matriz ditada pelos carteis mundiais da energia – os mesmos que suscitam a devastação de países inteiros do Oriente Médio para dominar fontes de petróleo e gás natural, além das rotas marítimas e os dutos.
35. O petróleo penetrou também na geração elétrica, afora o carvão, e o Brasil quase estagnou na hidroeletricidade, em que dispõe de formidável vantagem natural, deixando de investir, a partir do final dos anos 70.
36. Por que? Porque o modelo econômico dependente causa penúria, devido aos preços altos dos bens e serviços, geradores de ganhos que não ficam no País: daí, escassez de divisas e crescimento das dívidas.
37. Além disso, na mentalidade dos subordinados aos concentradores financeiros mundiais, a infraestrutura não dispensa equipamentos importados, de elevado custo e pagos em dólar. Assim, foi abortado o desenvolvimento do excelente acervo tecnológico que se acumulava na engenharia de pequenas centrais hidrelétricas utilizadoras de bens de produção nacionais.
38. Quando, sob os últimos Executivos federais, se tentou recuperar parte do terreno perdido na hidroeletricidade, as usinas foram enormemente retardadas, encarecidas e prejudicadas em sua capacidade geradora, por causa de interferências de ONGs, fundações e governos estrangeiros, entidades como IBAMA, FUNAI e Ministério Público.
39. Ademais de subaproveitar as quedas, suprimiram-se e reduziram-se eclusas, com prejuízo também para os transportes fluviais.
40. Sempre em benefício dos carteis transnacionais foram instaladas centrais térmicas, a óleo combustível de petróleo, que elevam, brutalmente, os custos da eletricidade. Também, a gás, até para processar o da Bolívia, então controlado por Enron, Shell e BP (a Petrobrás pagando os dutos).
41. Uma das finalidades de superdimensionar a indústria automotiva transnacional - sugadora de subsídios federais, estaduais e municipais, e de sobrepreços abusivos - foi propiciar mercado para gasolina e diesel de petróleo.
42. Esses combustíveis deveriam ter sido substituídos pelo etanol (inclusive bagaço-de-cana) e pelos óleos vegetais, econômicos, limpos e eficientes para também para gerar eletricidade.
43. Eles são melhor alternativa que a energia eólica. Nesta investem-se dezenas de bilhões de reais no Brasil, enquanto nada para valer, nem correto, é aplicado em óleos vegetais: mais um indicativo de que o reinante modelo dependente pretere indústrias intensivas de mão-de-obra, em detrimento da criação de empregos, inviabiliza tecnologias nacionais e favorece o uso de equipamentos e tecnologias importados.
44. Nos transportes, intra e interestaduais, e urbanos, quase tudo é com veículos automotores: usuários condenados a ser extorquidos por sobrepreços pelas montadoras transnacionais; altos custos de combustíveis e lubrificantes; pedágios instalados em estradas construídas com dinheiro público; a rodar sobre asfalto deteriorado ou atolar-se nas estradas de terra.
45. Shangai já passa de 500 km de linhas de metrô, e Londres tem 400 km. São Paulo, 80 km. Nem vale a pena falar das outras cidades brasileiras.
46. Collor, com desprezo ao Brasil, extinguiu a única companhia brasileira de navegação marítima. As companhias nacionais de navegação aérea foram eliminadas (Panair do Brasil, 1965). Nos anos 1990, com FHC, foram inviabilizadas VARIG, TRANSBRASIL e VASP.
47. Não há mais nenhuma de capital nacional. A CELMA, da VARIG, com valiosa tecnologia em motores e peças, foi entregue à transnacional GM.
48. A privatização foi desastrosa também nas telecomunicações: os brasileiros pagam as tarifas mais caras do mundo. Foi perdido até o estratégico controle, da ex-estatal EMBRATEL, para a MCI International, dos EUA.