E os célebres neurônios? Qual é a função que eles têm, então?
Fico dando voltas, tratando de encontrar o ponto central do assunto... Não, a pergunta é a seguinte: O que é que os seres humanos têm no coração? Para onde foi a nossa sensibilidade? Onde está a capacidade de reagir? Por acaso o arco reflexo decidiu tirar férias e foi embora como um aventureiro para viajar sozinho pelo mundo? Somos imunes à tragédia humana e à dor? O que aconteceu com a gente, que nos convertemos em farsantes, em trapo velho, em embusteiros? Lacaios, excelências da nossa dupla moral. Pensamos que realmente existem seres de primeira, segunda e terceira categoria? Somos tão desprezíveis?
Por acaso somos essas esponjas que absorvem tudo o que dita a mídia? E o nosso raciocínio, onde é que está? Onde está a nossa capacidade de duvidar? O nosso instinto? Por acaso somos um rebanho que deixa ser fustigado? Por que não nos rebelamos? Por que não somos capazes de sair do molde comum? Quando deixaremos de ser mediócres? Preguiçosos? Quando deixaremos de ser submissos, manipuláveis e hipócritas? Quando?
Quando é que deixaremos de bater no peito para aparentar e permitiremos que a consciência fale mais alto? Quando deixaremos de ser medrosos e covardes? Quando veremos todos os seres humanos por igual? Quando conheceremos a dignidade e a solidariedade? Para que servem as nossas mãos, para destruir ou para criar? Para abraçar ou para bater? Somos traidores, maliciosos e ignorantes? O que somos? De que cor é a bandeira da dupla moral? Nós temos bandeira? De que cor ela é? E se renunciamos as bandeiras e lutamos pelos Direitos Humanos de todos por igual? E se deixamos de nos calar e levantamos a nossa voz? E se deixamos de ser prisioneiros da nossa própria mediocridade e decidimos nadar contra a corrente, nos liberarmos da mídia? Tomar partido e que seja o da consciência, da fraternidade e da justiça? E o que acham se nos atrevemos a sermos seres humanos e deixamos de ser objetos manobráveis que seguem os desejos perversos dos desleais?
E se pensamos por um segundo que possuímos um cérebro e na sua função? E se colocamos o nosso para funcionar? Podemos, claro que podemos, não é impossível. Somente precisamos ter um pouquinho de inteligência.