Trata-se de uma fórmula política gestada durante os anos 1990, quando o neoliberalismo desorganizou e desarmou a classe trabalhadora brasileira. Uma saída que se aproveitou da crise neoliberal da virada do século para propor tímidas concessões aos de baixo sem afetar nenhum dos principais interesses dos de cima.
Mas, como o capitalismo em geral, o neoliberalismo também é incapaz de assimilar reformas por muito tempo. O reformismo neoliberal entrou em crise porque o sistema do capital vive uma fase histórica em que precisa de total liberdade para explorar pessoas e as outras formas de vida do planeta.
A resposta neoliberal à crise de seu reformismo é sua versão autêntica. Mas como seus representantes legítimos perderam as últimas eleições, sobrou para o lulismo a tarefa de preparar a resposta puro-sangue, com Dilma e Levy ou outros que venham a se encarregar da tarefa.
A resposta à crise do reformismo neoliberal parte de seu próprio interior porque o neoliberalismo puro-sangue não foi capaz de derrotá-lo. Mas os representantes de ambos estão alinhados quando ao objetivo principal: salvar o neoliberalismo. As divergências entre os dois estão no campo político, mas economicamente encontram-se completamente alinhados.
A alternativa que interessa à grande maioria da população é o rompimento radical com o neoliberalismo. Um ensaio nessa direção aconteceu em Junho de 2013, mas o reformismo neoliberal não hesitou em sufocá-lo. O lulismo chegou ao poder na esteira das derrotas dos explorados e oprimidos e continua a precisar delas para nele se manter.