Segundo Otávio Cavalcanti, diretor da Regus, a importância desse “suporte tecnológico” é “mostrar como os funcionários podem ser totalmente operacionais, mesmo quando não estão no escritório”.
Por “totalmente operacionais”, entenda-se à disposição do patrão em tempo integral.
Enquanto isso, Marcio Pochmann entrou na polêmica Uber x táxis. Em artigo publicado no portal Rede Brasil Atual, em 23/08, ele mostra como o aplicativo é mais um exemplo de ferramenta que torna possível os chamados "contratos de trabalho de zero horas".
O Uber permite o “emprego do trabalho disponível a partir de cadastramento livre de mão de obra excedente, sem nenhum benefício de proteção social e trabalhista”.
No Reino Unido, diz ele, cerca de 1 milhão de trabalhadores estariam submetidos a essas condições, principalmente em redes como Mc Donald’s, Subway, entre outras.
Estaria em formação, portanto, “uma nova classe precária de trabalhadores mal pagos e levados a estar à disposição plena dos demandantes de trabalho flexível”.
Esse tipo de Fenômeno é bastante facilitado pelas novas tecnologias digitais, mas não é inédito.
Como Pochmann nota, no século 19, “o trabalho era realizado em locais distintos, por meio de grande competição entre a mão de obra disponível e sem qualquer proteção ou organização sindical”.
Voltamos ao século 19?, pergunta Pochmann. Ou, perguntaríamos nós, ficamos no século 20, defendendo operadoras de celular que roubam seus clientes e a meia-dúzia de donos de frotas que superexploram dezenas de milhares de taxistas?