No Brasil, a Bolsa registrou a maior desvalorização em oito meses e voltou aos níveis de 2009.
As ações na Europa fecharam em baixa de 5,44%, maior queda diária desde novembro de 2008.
Wall Street teve queda menor. Acima dos 3,5%, mas também preocupante.
Tudo isso porque o mercado de ações chinês desabou 8,5% na véspera, assinalando a maior queda desde 2007.
A grande imprensa sempre compara essas quedas a 2008, considerado o auge da crise econômica mundial.
Mas seria mais correto entender aquele momento como o primeiro grande surto de uma crise que dá todos os sinais de estar longe do fim.
Em 2008, papéis especulativos derrubaram a economia mundial. Desde então, enormes quantias de dinheiro foram injetadas na economia.
O problema é que nos Estados Unidos, por exemplo, 95% dos U$ 22 trilhões que saíram dos cofres públicos, entre 2009 e 2013, foram destinados aos mesmos grandes investidores, que voltaram a investir na especulação.
A China pode ser a “fábrica do mundo”, mas o ritmo de sua produção depende de consumo. E dinheiro que sobra na especulação falta na compra de mercadorias.
A fábrica está longe de parar, mas a diminuição de seu ritmo está equivalendo a uma freada brusca para a maioria das outras economias importantes, incluindo a nossa.
No Brasil, o tsunami econômico de 2008 foi chamado de marolinha. E era mesmo. A onda gigante ainda estava a caminho e parece estar finalmente chegando.
E nós a estamos esperando com a bigorna do ajuste neoliberal amarrada nos pés.