Eu escrevo só para lhes fazer ver, sem falsas cerimónias, que polo que a mim respeita e no que eu vim, tenhem umha folha de serviços bem completa.
Estavam ali, ainda nom bem constituídos, quando na greve de dous de julho o tuga nos enviou ao hospital a cinco, depois de umha tunda monumental diante do Alcampo de ferrol; estavam quando se empoleirárom em cima do burro e o cavalo, Inácio, Maurício, Paulo e Isma, enquanto outros agüentavam abaixo, e tenho que fazer especial mençom a john, que com umha gravissima afeçom coronária estivo ali contra a opiniom de tod@s. Depois a manifa com cargas e mais pintura, lembras-te, Carlos? Depois o julgamento com a cobertura impagável de antifascistas como Telhado e Pillado, este na imprensa.
Também tenho que lembrar o fiscal –de quem sinto muito nom lembrar o nome agora–, que foi castigado por nom pedir condena, assim como também o concelho, daquela regido polo BNG, que renunciou a fazê-lo.
A dous de dezembro do ano do prestige, diante do Parlamento, outra tunda. Ainda nom fervera de todo Nunca Mais. O único parlamentar que tivo e bem descer foi o sempre irmao Emílio López, lembras meu? Estás de testemunha.
Alguns estavam ainda impactados polo Abraço de Vergara à galega, mais depois reagírom. Entom outros já sobramos definitivamente.
A casa de Franco em Ferrol, Carlos, Rebeca e Maurício voltarom levá-las entre outr@s. O derrubo do Ladrom das Patacas (a primeira estátua de Franco do Estado) na minha paróquia de Sam Mateu de Trasancos. Tenho a quadro que me oferecestes na minha casa, como um tesouro, ali empoleirados com a maça. Agora é um espaço limpo que aguarda a memória dos cinco assassinados da minha tribo. Depois levastes a cabeça à Junta e nom sei que mais foi dela.
E agora vejo o Bruno, quando o da planta de gas, ali plantando cara juntoa a outr@s, enquanto nos barquinhos parávamos o monstro enorme. Que medo vê-lo ali em frente! Podia ser a morte e foi a vitória, momentánea isso sim, como quase sempre. E pouco depois a suposta agressom a Juan Fernandez, acusados vós, manolo e jaime concretamente, algumha agora deputada, Yolanda em concreto, nom atuou bem, mas retificou, cousa de sábias. Outra condena e outra testemunha certa de as cousas nom serem tam assim.
A agressom e tortura ao irmao Pintos (com a vergonha de ter-me ido antes, pois tinha sono e havia que trabalhar ao dia seguinte). O dia de Merkel, em que plantamos cara junto aos companheiros do BNG e da CIG, nom fostes. Discutimos, mas nunca deixastes de ser solidários. E por fim o dia aquele ali na nossa sagrada capital (perdom polo nom laicismo que saibam Martinho, Jorge, Lores e demais que apoio sem reservas).
Quando o pais sofreu a invasom da racista Díez e outros sequazes e alguns traidores do País, unidos para o assassinato da língua e outros malfazeres. Ali firmes, junto aos de Causa Galiza e Isca.
Lembro bem que chorei longamente emocionado por vós e também por Teresa Moure e X. M. Beiras, que acudírom a defender-vos. Outro julgamento mais e longas condenas, o mais o irmao B. Maiz, o filho dumha grande estirpe.
Ainda temos umha naçom, que nom se enganem. E seremos a gente do comum, como se di agora, mas para a nossa desgraça nom somos o comum da gente. Sodes os da bandeira estrelada com outr@s, os da vermelha com outr@s, os perdedores momentáneos. Com outr@s. E que algum limpe a boca quando nos denigra a nós e aos nossos símbolos.
Umha folha de serviços bem completa, as honras e as medalhas que fiquem para quem vive delas.