A barbárie ocorrida no estado do Paraná no dia 29 de abril contra professores transformou um carrinho de bebê cheio de pamonhas num instrumento de guerra, cheio de coquetéis molotovs. Foi a versão oficial de um governador tresloucado, que faliu um dos mais ricos estados brasileiros, entre outras, para justificar a violência. Como um Calígula dos tempos atuais, da janela do palácio, comemorava a boçalidade aos gritos de "auê, bate mais".
Em São Paulo, o estado mais rico da Federação, o governador da OPUS DEI diz que não há falta d'água, mas os reservatórios estão vazios, os acionistas gratificados com os lucros da companhia nas tarifas elevadas e vai além, ao negar a greve de professores. Trata a categoria com borrachadas da sua polícia militar.
Num acordo com o juiz Sérgio Moro, acusado de "práticas medievais" pelo ministro Teori Zavascky, dois agraciados com a delação premiada, mudam seus depoimentos e excluem Aécio Neves dos que receberam propinas no escândalo do LAVA JATO. Um deles, o doleiro Yousseff, fez anos atrás um acordo de delação premiada com o mesmo juiz e não cumpriu. A lei impede que haja um segundo, mas o entendimento tucano e dirigido no show da REDE GLOBO levou o juiz a aceitar as denúncias.
Os governadores Beto Richa, do Paraná. Geraldo Alckmin, de São Paulo e o senador e ex candidato presidencial Aécio Neves estão atolados em corrupção. A mídia ignora, como ignorou a violência no Paraná, com uma ou outra exceção.
O escândalo da Receita Federal que favoreceu sonegadores de bilhões de reais, dentre eles a REDE GLOBO, não passa nem perto dos noticiários da grande mídia, os das redes nacionais de televisão principalmente.
Há uma ânsia mal disfarçada de incriminar o ex-presidente Lula em qualquer coisa para evitar o risco de sua volta em 2018.
As manifestações da direita contra o governo Dilma estão repletas de faixas em inglês e mulheres nuas pedindo a volta da ditadura militar.
A elite sai em marcha para Brasília onde pretende pedir o impeachment da presidente com 29 pessoas e as senhoras defensoras da moral e dos bons costumes caminham de saltos altos.
O Brasil, pouco a pouco, vai perdendo sua identidade, os brasileiros se somando a legião de zumbis fabricados pelo capitalismo e seus instrumentos. O grande gigante da América Latina parece ter adormecido de vez. Jair Bolsonaro ganha dimensões de grande líder e super homem e Eduardo Cunha e Renan Calheiros vão destruindo conquistas dos trabalhadores.
Aleluia irmão. Ou se percebe que isso é luta de classes ou estamos definitivamente nos currais dos bancos, das grandes empresas e dos latifundiários. Somos os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo e a Câmara desobriga as empresas do alerta nas embalagens que estamos nos alimentando de transgênicos. A república da MONSANTO e outras.
Trabalhadores que prestam serviços domésticos têm seus direitos ameaçados e a definição de trabalho escravo votada na "casa do povo", traz de volta a escravidão, como se não bastasse a terceirização.
"Sou professora há vinte e três anos. Mereço isso, uma bomba no rosto?" É a indignação de uma trabalhadora cujos direitos são desrespeitados todos os dias.
E Dilma? Faz de conta que governa, que reage, mas é esmagada por seu próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, banqueiro, que acertou acordos a serem assinados na visita da presidente aos EUA, agora em maio e que põem o Brasil a reboque dos norte-americanos.
Cooperação no ensino técnico, ou seja, mão de obra barata para as grandes empresas, acordos militares, vale dizer, dependência tecnológica num setor estratégico, colaboração para explorar o pré-sal, significado que disfarça a entrega e pressão sobre o presidente da Venezuela para soltar "presos políticos", a porta escancarada para o golpe.
O canto de Obama entoou no Panamá.
Não temos política externa e nem chanceler. Uma figura decorativa como quase todos nesse governo, exceto óbvio o ministro da Fazenda.
Países e governos vizinhos começam a sentir-se ameaçados, pois as políticas de integração da América do Sul estão se esvaindo e o Brasil é vital no processo. O BRICS parece estar virando adereço.
A identidade nacional vai sumindo, sumindo e o gigante voltou a dormir. Não está com cara que vai despertar. É luta de classes e para que haja esse despertar é necessário que o movimento popular, sindicatos se organizem na resistência, antes que as portas dos currais se fechem.
Beto Richa e sua corte são apenas uma pálida imagem do que poderão ser os dias futuros. Ou como disse o jornalista Ricardo Boechat, "num concurso de cérebros entre um Pitt Bull e o governador do Paraná, o Pitt Bull vence". Há Pitt Bulls por todos os lados.