Quem prestar atenção a Eduardo Cunha, antigo carregador da pasta de Paulo César Farias, o homem chave da corrupção no governo Collor, vai perceber que se trata de um alucinado. Trabalhadores foram espancados do lado de fora e o presidente da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), o sionista Paulo Skaf, transitava livre e solto "ajeitando" os votos dos deputados eleitos por empresas. Cobrando e pagando os compromissos de cada lado.
A unanimidade dos ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) considera o projeto lesivo a direitos básicos dos trabalhadores. Vão ganhar menos 38% do ganham e trabalhar mais 7% do tempo que, escravos, permitem a maior acumulação de capital das elites brancas do Brasil.
A diferença entre a escravidão encerrada (em tese) pela lei da princesa Izabel e o projeto atual, é que naquela, a legião de escravos era de negros e agora, não só toda a classe trabalhadora, mas a classe média, a que vai às ruas gritar contra Dilma e fala de caviar como se fosse rotina, sem nunca ter visto, ou ter noção do que seja.
Cunha é do PMDB, a maior agência de cargos públicos nos últimos governos brasileiros e Dilma Roussef foi atrás do vice-presidente da República, Michel Temer "convidando-o" a assumir a coordenação política de seu governo.
No primeiro contato com a bancada do PMDB, que é também o seu partido e do qual foi presidente vários anos, Temer, aliado de Cunha desculpou-se com os companheiros – "ela não me convidou, fez apelo, não tive como não aceitar". Quer um ajuste no projeto de lei da terceirização, mantendo os seus princípios básicos.
O Estado privatizado na insânia do capitalismo.
A exceção do PT, do PC do B e do PSOL, teve votos de deputados de todos os partidos, a unanimidade do partido de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB.
A presidente de direito do Brasil, Dilma Roussef, diz que veta o projeto. O número de deputados que votaram a favor e mais uns poucos será suficiente para derrubar o veto presidencial e nova derrota vai ser sofrida por um governo de fantasia.
O presidente de fato, ora no Ministério da Fazenda, o banqueiro Joaquim Levy, embarca para os Estados Unidos, onde na reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional), vai explicar o ajuste fiscal, os arrochos e contatar investidores com certeza de lucros rápidos em capital não produtivo. Viaja dia 15 e volta dia 22. Lembra Celso Láfer, o ministro das Relações Exteriores de FHC, que ao chegar a New York para uma sessão da ONU foi obrigado a tirar os sapatos para uma revista, ainda no aeroporto. E tirou.
Vivemos a ditadura de Cunha. Nem uma ordem de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), foi cumprida por Cunha, o todo poderoso presidente da Câmara e senhor de centenas de sites religiosos. Determinava que os manifestantes contra o projeto tivessem acesso às galerias da Câmara. Optou pela Polícia Legislativa e pela borduna.
É senhor do poder e do chicote, traz consigo uma leva de deputados da Câmara mais conservadora e à direita dos últimos tempos.
Quer Dilma queira ou não, quer consiga ou não dar a volta por cima do descrédito que abala seu governo, não há saída fora da luta popular, o que vemos no Brasil é a luta de classes num momento agudo.
A mídia saudou o projeto como avanço. É braço dessa direita.
Os escândalos pipocam, o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, rasga a Constituição, até a antes incorruptível Receita Federal está atolada em "perdões" a sonegadores e propinas a integrantes de seu "tribunal".
Eduardo Cunha impávido e tresloucado (mas não rasga nota de real e nem de dólar) continua colocando fogo no Brasil, um Nero dos tempos que vivemos. Sem a coroa de louros, mas com a bênção de grupos estrangeiros, nacionais, latifundiários e banqueiros.
Deve ter uma harpa. Com certeza que tem.
Ou as ruas falam, uma Constituinte é convocada, ou presidente da República vira cargo honorário e trabalhadores e a classe média vão conhecer o tronco com que fazendeiros puniam os seus escravos. Pior a chibata evangélica de Eduardo Cunha.