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Ramiro Vidal

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A república do verbo

Galiza no Atlas Mundial da Revoluçom

Ramiro Vidal - Publicado: Domingo, 22 Março 2015 18:53

A geografia mundial da rebeliom é umha bola do mundo com luzes que se ligam e desligam; nom é umha imagem estática e todos os povos tivérom os seus momentos a prender a sua particular luz.


Hoje a chama da revoluçom brilha na Ucránia antifascista; no Curdistám, com @s noss@s camaradas do PKK; na Palestina, com a luita heróica da FPLP; na Colômbia nas guerrrilhas comunistas e bolivarianas das FARC-EP e do ELN; na Venezuela chavista; nas Filipinas, com o Novo Exército do Povo; no México, no Paraguai, no Equador ou no Brasil, com as luitas indigenistas e camponesas; ou em toda a Europa, com a luita de classes a ressurgir contra os prognósticos dos altofalantes pós-modernos.

Com efeito, Paris, Londres, Atenas, Lisboa som nomes de lugar para umha revoluçom que será global e que se manifestará de forma local, a pé de rua, em cada bairro operário. Quando alguns proclamavam a morte da classe, ela abrolha como única verdadeiramente capacitada para liderar umha viragem revolucionária.

Primaveras e movimentos regeneracionistas de calado similar (15-M, Occupy) que reclamam maior democracia institucional, medidas contra a corrupçom e a remissom das políticas de cortes e austeridade, som um sintoma da crise do modelo social, mas a resposta revolucionária chegará em forma de luita de classes. Essa luita de classes vai ter lugar nas ruas e nos centros de trabalho.

...E na Galiza? Na Galiza, devemos fazer o nosso esforço por nos colocarmos no Atlas da Revoluçom.

Mundial em chave de presente. Com umha situaçom de claro risco de desapariçom do povo galego como comunidade lingüística e cultural, e com umha consciência nacional em mínimos, só a unidade de classe nos pode levar à vitória, perante a ofensiva fascio-liberal espanhola.

A recuperaçom dos setores produtivos históricos galegos, das conquistas sociais da classe operária galega, a luita pola socializaçom do trabalho, pola inclusom no mundo do trabalho das pessoas discapacitadas, das mulheres... passa pola luita por um modelo novo, sob as linhas mestras da independência, o socialismo e o feminismo.

Devemos luitar por umha naçom livre e soberana construída nesses parámetros e à margem das pautas do dogma liberal, onde fiquem excluídas as privatizaçons, as deslocalizaçons e as liquidaçons fraudulentas de empresas. Onde nom tenha lugar a especulaçom com a nossa força de trabalho, através de empresas de trabalho temporário e de contratos-lixo. Onde as condiçons de trabalho acordadas nos instrumentos de participaçom operária tenham força de lei. Onde o desemprego deixe de ser umha situaçom normal para determinados perfis de trabalhador ou trabalhadora. Onde homens e mulheres tenham exatamente as mesmas remuneraçons perante a mesma carga de trabalho, e as mesmas possibilidades de promoçom, com o único condicionante da capacidade de cada qual.

Frente ao axioma hipócrita da austeridade liberal, devemos instaurar a racionalidade socialista. A opulência consumista, com a sua sobreproduçom e o seu consumo irracional devem desaparecer. Os recursos públicos devem ser direcionados a cobrir necessidades reais. E, naturalmente; a saúde, a educaçom, a arte, a cultura, o desporto... mas também a alimentaçom, o vestido, a higiene, a vivenda e os seus serviços básicos, devem ser direitos com os quais de nengumha maneira se poda fazer negócio.

O povo trabalhador galego deve luitar por umha sociedade nova numha pátria libertada. Deve acender a sua luz no Atlas Mundial da Revoluçom. Como di a Internacional, "nom há salvadores supremos...".

Fonte: Primeira Linha


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