E esta não é apenas uma esperança de uma centro-americana imigrante nos Estados Unidos que ama profundamente o Sul e que, por essa razão, o seu texto poderia ser catalogado de subjetivo. Não, aqui não cabe essa palavra, é amor puro, amor mútuo, é respeito à luta dos povos sul-americanos que defendem com dignidade a sua terra ancestral e o seu direito a reconstruir A Grande Pátria. Que a levanta dos escombros deixados pelas ditaduras e a defendem das garras do império com sangue vermelho: vermelho-paixão, vermelho vida e alegria.
Este texto nasce da admiração pela forma com a que a América do Sul, dia-a-dia, restaura a sua Memória Histórica e se empenha em curar as feridas deixadas por um passado feroz e sangrento imposto pelo totalitarismo estadunidense. Digo isto com todo o direito que me dá pertencer à geração “sem memória” centro-americana.
Por muito que tentem divulgar calunias através da mídia - e olha que eu estou nos Estados Unidos e, se aprendi algo, é o significado dessa voragem – a estes milhares de venezuelanos e argentinos que saíram em apoio de Maduro e Cristina; não existe forma de apagá-los com um programa de computador. Foi tão digno o apoio que aqui optaram por não mencioná-lo nos telejornais as multitudinárias marchas chavistas e cristinistas. A essas milhares de almas ninguém lhes pagou para que saíssem às ruas e enchessem as praças para celebrar a alegria da dignidade e a resistência. Essas pessoas são a prova do amor recíproco entre os governos que resistem em nome do seu povo contra os embates do capitalismo.
As imagens falam por si só: milhares gritam em coro o nome de Cristina, crianças celebrando a Argentina, aquilo foi um carnaval! Poderão manipular as imagens? Não, nem a maré branco e celeste, nem a vermelha e amarela.
Milhares também gritam o nome de Mujica no Uruguai, o presidente que se retirou com o amor do seu povo que o abraça, lhe agradece e o reconhece como um deles. Tão comum como qualquer vendedor de chicletes nas ruas uruguaias. Esse amor não se compra nem se manipula. Esse amor nasce do coração. O povo uruguaio decidiu continuar pelo caminho da esquerda e por algo será. Também por algo a Bolívia deu o seu voto novamente a Evo. Por algo o povo apóia Rafael Correia. Por alguma razão Bachelet tem um segundo mandato no Chile e, o Brasil, confia outra vez em Dilma. Esse amor não é sem mais nem menos, mas nasce da profundidade, do respeito para com a terra e aos ancestrais, de amor para com as novas gerações que farão da América do Sul a Grande Pátria sonhada. É essa a razão pela qual cultivar a terra fértil. Esse amor nasce da palavra cumprida, da ação, da transformação, da tentativa constante pelo desenvolvimento.
Que não nos assombremos pelo fato de que Joe Biden não apoiou o Uruguai para o investimento do novo residente Vásquez (nem fez falta) nem pelo fato de que atualmente está na Guatemala para negociar com o presidente de EL Salvador, Honduras e Guatemala um bilhão de dólares para o avanço da Alianza para la Prosperidad del Triangulo Norte (Aliança para a Prosperidade do Triângulo do Norte) da América Central. Além disso, tratarão sobre a imigração de crianças e adolescentes para os Estados Unidos. A pouca vergonha de proteger as transações milionárias em nome da imigração dos párias.
Já gostaríamos de ver no Chile que a educação é gratuita, palavra de Bachelet. Já gostaríamos de presenciar o matrimônio igualitário e a aprovação do aborto. Também gostaríamos de ver essa camaradagem entre governantes, os olhares claros e as palavras lúcidas e as ações conseqüentes em pró do avanço da região.
A América do Sul PE a dignidade da Grande Pátria Latino-americana. Ela é esperança, alegria, dignidade e resistência da América Bolivariana. O meu amor, o meu mais profundo amor a esse povo que sabe como honrar os seus mártires, ancestrais e filhos.
Nota: agradeço infinitamente aos leitores sul-americanos que me escreveram expressando o seu carinho. Saibam que o afeto é mútuo, me sinto tão sul-americana quanto vocês e o único que faço é escrever sobre os meus sentimentos e pensamentos.
4 de março de 2015
Estados Unidos.