Aos 19 anos, ele arrancou a bandeira nazista do alto da Acrópole. Aos 92 anos, o parlamentar do Syriza foi o mais votado nas eleições que colocaram seu partido no governo do país.
Em recente pronunciamento, Glezos não escondeu seu descontentamento em relação aos posicionamentos assumidos pelo governo que ajudou a eleger. Principalmente, nas negociações com a chamada "troika", formada por Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia.
Glezos acha que o primeiro-ministro Alexis Tsipras vem fazendo concessões demais. O voto do povo grego, diz ele, foi pela imediata abolição das medidas de austeridade e rompimento com a troika. E é este compromisso que deve ser respeitado acima de todos os outros.
Alguns companheiros de seu partido não concordam. Dizem que o rompimento seria o caos causado por fortes medidas de retaliação por parte dos credores da Grécia. Mas tudo indica que o veterano combatente tem razão.
A única saída que interessa ao povo grego é deixar a zona do euro. O caos já está instalado no país desde 2008. A vitória do Syriza já provocou uma grande fuga de capitais. Nenhum dos outros 18 governos da união monetária apoia medidas de alívio para os gregos.
Para a Grécia, manter a situação atual significa continuar na condição de colônia econômica da Alemanha. Permanecer presa a um mercado cativo voltado para a exploração pelo imperialismo germânico.
"Não pode haver compromisso entre o escravo e o tirano. Liberdade é a única solução", diz Glezios, como se ainda avistasse uma bandeira inimiga no alto da Acrópole.