Os dirigentes dos fundos de investimentos internacionais recebem uma atenção especial da chamada grande imprensa brasileira quando o assunto é processo contra a Petrobras. Vibram estes órgãos de comunicação com as noticias de alegados prejuízos em decorrência da corrupção.
A Petrobras, afirmam unanimes estes veículos de comunicação, será salva quando aplicar as normas de mercado e listam nomes de salvadores ligados, via de regra, aos grandes bancos e destes aos fundos.
Poucos atentam para um detalhe: O tais prejuízos não ocorrem em função de uma empresa, mas da falência de um modelo econômico.
A Petrobras não é estatal
Para fundamentar esta afirmativa os defensores da Petrobras Mercado repetem sempre a frase: A estatal Petrobras..... completando os pontinhos com pauladas na empresa. Estatal a Petrobras NUNCA FOI.
Para piorar a situação a empresa – desde 1997 – perdeu a razão de sua criação: O monopólio do petróleo. Esta quebra do monopólio – justificava o governo da épóca – seria a modernização do Brasil e finalmente colocaria a petrolífera nacional em condições de disputar o mercado com outras empresas.
Nesta orgia modernizante todo o trabalho desenvolvido pela Petrobras no setor de pesquisa, mapeamento de áreas com potencial produtivo foi entregue a Agência Nacional de Petróleo que disponibilizou, em nome da liberdade de mercado, às empresas internacionais. Chamavam esta entrega – de forma debochada – de modernização.
Agora ficou fácil: O povo brasileiro pagou as pesquisas, formação de técnicos, o desenvolvimento de técnicas e na hora de beneficiar-se deste processo uma ideologia do século XVIII determina que os fundos de investimentos internacionais devem colher a sua parte através do financiamento dos trustes do petróleo.
Os governos seguintes resolveram manter esta fórmula – embora adotassem um discurso nacionalista de proteção à empresa – e criaram novas oportunidades e uma delas foi transformar a Petrobras em financiadora do pré-sal ocupando, todavia, apenas 30% dos blocos.
Voltando aos processos internacionais
A totalidade dos fundos alegam prejuízos em seus investimentos no setor de petróleo. Nenhum grande jornal brasileiro levou este assunto às primeiras páginas e – tenho a impressão – escondem o tema de seus leitores.
Para ilustrar vou citar o exemplo do fundo Kohlberg Kravis Roberts conhecido por KKR & Co. Este grupo anunciou um prejuízo de 88% e sabem qual foi a alegação? Exatamente; Prejuízos com o setor de petróleo. Somente na petrolífera Samson Resources a KKR aplicou, deste 2011, US$ 2 bi. Investimento, naturalmente, realizado considerando as rígidas normas do mercado.
Só o mercado salva?
Segundo os grandes da imprensa brasileira sim. Contudo observa-se uma crise internacional e desta concluímos que a busca pelo lucro desconsidera os riscos e faz inflar – de forma irresponsável – determinados setores.
A solução do capital é simples: Após a orgia de ganhos milionários os fundos transferem os seus recursos, normalmente aumentam as compras de papeis públicos, e sem importar com o desemprego e cortes sociais exigem os pagamentos.
Para manter os lucros determinam cortes e sacrifícios da população e denominam este saque de MEDIDAS DE AUSTERIDADE. Ocultam a irresponsabilidade de seus atos e passam a vender a mentira da liberdade de mercado como salvadora.
Está na hora de retirar a PETROBRAS do controle destes vampiros e transferir o seu controle ao povo brasileiro.
Enquanto isso: Os jornais brasileiros preferem noticiar que um fundo de Ohio pretende liderar as açoes contra a Petrobras.