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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

O dos totós morre pola boca

Andoni Baserrigorri - Publicado: Segunda, 29 Dezembro 2014 00:00

Di um velho refrám "O peixe morre pola boca" e este velho refrám é completamente aplicável a quem cala e apenas se aguarda delas e deles que falem para que todas e todos podamos conhecer os seus verdadeiros propósitos.


Com certeza, Pablo Iglesias cala muito porque muito tem de ocultar e, ao se ver na obrigaçom de falar, é quando, do mesmo jeito que os peixes, morre (politicamente e perante um setor de previsíveis votantes), já que aí se conhecem as suas verdadeiras intençons, em caso de chegar a governar ou gerir qualquer cousa.

As CUP nom precisam de apresentaçom. Fôrom muitos anos que em silêncio e nom poucas vezes criminalizados, figérom um extraordinário trabalho militante em bairros e povos, criando poder popular. Criando as bases da futura Catalunya independente e socialista, que é a melhor opçom para o povo trabalhador catalám. Sem ter em conta o apoio mediático que tenhem outros "anticapitalistas", estes sim que com certeza luitam nom apenas pola independência nacional do povo catalán mais também para como eles próprios afirmam "mudar todo". Em primeira linha da luita contra a corrupçom e despotismo dos políticos do sistema capitalista, quer espanhois quer cataláns, sempre encabeçando todas as luitas populares. Em definitivo, com um currículo de luita que torna credível a sua mensagem e vocaçom de liberdade e socialismo para a Catalunya.

É assim que foi inteligente o seu apelo a Pablo Iglesias para abandonar as vacilaçons e dizer com toda a clareza se é ou nom por um referendo no qual o povo catalán poda decidir o seu futuro. Tocárom na ferida e doeu ao dos totos*. Vem daí a sua reaçom furibunda e insultona. Mais do mesmo e porque nom dizê-lo, mais da casta.

Que este grupo de universitários se dedique a vilipendiar e atacar as CUP é quase um esperpento. Atacam porque se vírom na obrigaçom de calar novamente e o silêncio de Podemos perante questom concreta de David Fernández de se vam apoiar ou nom um referendo das caraterísticas que o povo catalám reclama retrata-os.

No retrato que pudemos visualizar em Barcelona, fica claro que o que muitas pessoas suspeitava há muito tempo é certo. Podemos nom é mais do que o movimento tático mais inteligente do Estado espanhol em muito tempo, para atingir o seu objetivo estratégico de salvar sistema capitalista e a unidade disso que denominam Espanha.

Desmobilizam a classe operária, enviam cantos de sereia com o sistema eleitoral espanhol pensado para que nunca mude nada, atacan diretamente a autodeterminaçom dos povos -nesse sentido fôrom esclarecedoras as intervençons num famoso debate de ETB em que um podemista ex IU se mostrava disconforme com a seleçom de Euskal Herria e atacava e criminalizava a juventude vasca, nom se posicionam perante questons chaves como o pagamento da díveda, a reforma agrária, a nacionalizaçom da banca... De que mudança nos falam pois? Que é o que se pode fazer com tais vimes?

E para finalizar, usam exatamente os mesmos métodos de debate político que o que eles denominam "a casta" porque ir a Barcelona a contornar umha resposta a umha questom concreta e atacar quem che fijo a pregunta é próprio da politicaria burguesa com que dim querer terminar.

Daí o apoio entusiasta que recebem de certos meios de comunicaçom espanhóis. Som dos seus. Sabem estám já a vir ao rego ou, dito doutro modo, entrando em razom.

Estám ao serviço do Estado capitalista espanhol, ainda que soe muito forte. Que som atacados pola direita? Bom, também o PSOE e IU, mas isso nom os torna anti-sistema. E conhecendo como é a direita espanholista de troglodita... também a catalá e basca, atençom.

O que dá nas vistas é o apoio de muitas pessoas honradas e com extraordinários currículos de luita na esquerda revolucionária, pois desse ponto de vista e como para enganar, citam as "sagradas escrituras", com o qual conseguírom que muitas das pessoas dessas caraterísticas sucumbissem perante o engano. É assim que dizemos estarem a fazer o mesmo que já figera PSOE em 1982, que esvaziou de quadros a esquerda revolucionária e a condenou a 30 anos de ostracismo. O mesmo.

E talvez mais de um anticapitalista deveria sincerar-se e nós dizer-nos qual é o motivo de tanto apoio a este grupúsculo de universitátios aos quais já se lhes viu o jeito há tempo. Talvez levemos umha surpresa e vejamos em pouco tempo qualquer feroz ex-comunista ou qualquer esforçado anticapitalista em qualquer ocupaçom de vereador/a de qualquer concelho ou em qualquer gabinete de imprensa... o tempo dirá.

Afinal, a política dos partidos e movimentos que apostam no sistema burguês representativo está cheia deste tipo de situaçons. Nom nos será estranho ver este tipo de cousas: "Cousas veredes, Sancho", dixo o Quixote... e acertou.

*Coletas (o dos totós) é um nome popular dado em castelhano a quem usa totós no cabelo.


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