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Ramiro Vidal

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A república do verbo

Excluídas por nom ser standar

Ramiro Vidal - Publicado: Sábado, 23 Agosto 2014 12:58

Seria escandaloso que excluíssem umha criança de um acampamento urbano por questons de diferença étnica ou racial. Por ser a única criança cigana, negra, asiática. Seria escandaloso que se excluísse umha criança por questons religiosas; por ser Testemunha de Jehová ou Muçulmá. Seria escandaloso que excluíssem umha criança por ter umha alérgia alimentar ou polo nível de renda da família. E poderiamos continuar com umha lista de motivos praticamente interminável polos que nom veriamos lógico excluír umha criança de umha atividade organizada por umha instituçom pública. O que se passa é que quando fala a calculadora, todo esse pensamento correto construído acaba esvaindo-se. Ou seja, estamos certos que umha criança com dificuldades cognitivas, sensoriais, de mobilidade, com malformaçons ou com qualquer outro problema ou eiva tem exatamente o mesmo direito que o resto das crianças, com problemas nom tam notáveis ou nom tam visíveis, a desfrutar de qualquer atividade lúdica?


Devemos saber que existe umha cámara municipal na Galiza que decideu excluír as crianças com necessidades especiais das suas atividades de verao. O motivo é a falta pessoal para atender às crianças com esse tipo de necessidades. Resulta que à hora de fazer cortes orçamentares, a Cámara o que fixo foi prescindir do monitorado especializado para atender essas crianças.

Falo de umha Cámara Municipal pobre, com um orçamento modesto? Pois nom; falo da Cámara Municipal da Corunha. A Cámara Municipal da Corunha, decideu que as crianças com dificuldades, que requiram pessoal de aopoio para a sua correta integraçom no grupo, sobra.

É o problema de que a calculadora pronuncie a última palavra. Somos pequenos quadrinhos que representam fraçons de orçamento. Se o rotulador do tecnocrata de turno chega a riscar o nosso quadrinho, estamos fora.

O rotulador é umha gadanha que te sega, e quando te sega ficas fora. E quando ficas fora, nom há oportunidade de que te restituam para a sua política. Ainda que o rotulador anónimo do escuro tecnocrata, a fazer a sua sega ao ditado da calculadora, nom seria nada sem o dedo arbitrário do cargo político, que cofirma, que ratifica, que decide. Sobre tudo, que decide. A vereadora de Cultura, Ana Fernández, é quem decide aquí, e é portanto a responsável desta medida descriminatória. Umha nova fenda que nos recorda que nom somos iguais entre nós. Que inclusso por caraterísticas de nascimento que nom escolhemos e nom podemos modificar, podemos ser punidos.


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