O primeiro baixava a porrada na oposição comunista, popular e sindical. O segundo fazia a propaganda necessária para justificar toda essa repressão. Fórmula semelhante voltou a ser utilizada durante a Ditadura Militar. Fazendo o papel do DIP, a imprensa empresarial.
Já não estamos sob uma ditadura política. Mas o aparato militar manteve-se intacto e se aperfeiçoando. Continuou exercitando seus músculos caindo sobre os pobres e pretos. Preparando-se para dar o bote novamente. Este momento parece estar chegando.
As recentes prisões de manifestantes mostram isso. No Rio, a mesma polícia que matou Amarildo trata a militância política como crime de formação de quadrilha. A imprensa aceita e reforça esta versão, como sempre fez em relação às mortes causadas por ações policiais nos bairros pobres.
Tal como os aparelhos de repressão, a grande mídia manteve seu monopólio intacto. Continua a fazer o que quer, como quer e quando quer. Para piorar, aqueles que a chamam de "golpista", de um lado, enchem seus cofres com verbas oficiais, de outro.
Nada indica que isso vá mudar. Entre as propostas da candidatura Dilma, não aparece a democratização das comunicações. E na versão disponibilizada no site da campanha, nenhuma palavra sobre desmilitarização da polícia.
Com o título "Mais mudanças, mais futuro", o programa petista renova seu compromisso de convivência com o que houve de pior no passado. Juntamente com seus principais adversários eleitorais, aceita a reciclagem da lógica DOPS mais DIP.