Conhecermos os lugares onde tantos comunistas, abertzales, anarquistas, republicanos... antifascistas malvivêrom após vitória do fascismo espanhol e muitos deles e delas morrêrom em condiçons subumanas fai ferver o sangue de ira. A história é implacável e dói saber que as pessoas bem nascidas, as que luitárom por um mundo melhor, sem exploraçom, de igualdade e liberdade acabárom daquele jeito seus dias enquanto os mal-nascidos, os que negavam liberdade às pessoas e os povos e os que apostavam em continuar com a era da exploraçom e viviam otimamente e dominavam e governavam Euskal Herria e grande parte da Europa e do mundo.
As pessoas que jazem no campo de Gurs jamais duvidárom, nem um momento, na sua determinaçom de combate contra o fascismo. Luitárom contra o golpe franquista e depois contra o nazismo alemám. Nom se laiárom pola terrível sorte que sofriam nos infames barracons de Gurs e assumiam isso como um preço muito elevado que tinham de pagar pola liberdade e dignidade.
Do mesmo jeito que o Che Guevara e sua guerrlha luitou até último momento nas serras da Bolívia, feridas, famengas mas com a ideia da revoluçom na mente. Compreendiam a luita, nom como a pertença a um modismo de batucada e sim como a entrega ao trabalho, estudo e fuzil, como bem indica o escudo da Mocidade Comunista Cubana.
E tantos exemplos mais, o ardor dos sandinistas e salvadorenhos, a indomável determinaçom de tantas guerrilhas por todo o planeta, o espírito de luita da Colômbia insurgente... e muitos mais antifascistas assassinados, como Carlos Palomino e mais alguns casos semelhantes no Estado francês e na Itália.
O antifascismo jamais pode nem deve ser umha estética nem um jeito de nos vestirmos ou umha determinada música. O antifascismo é perante todo compromiso e luita, determinaçom para fazer frente a aqueles que levam séculos amargando-nos a vida, a quem nos nega todos os direitos que como classe, pessoas e naçom nos correspondem. O antifascismo é internacionalismo e amor face outros povos que luitam longe ou perto de nós mas polos valores antes já citados. O antifascismo nom é um jeito de vida, é ante todo consagrar a tua vida do jeito que achas conveniente ou puderes à luita que leva avante a humanidade consciente por um mundo melhor, sem oprimidos nem opressores, de homens e mulheres e povos livres.
Tudo isto que diziamos vem referido ao século XXI em que vivemos, no ano 2014 é terrível comprovarmos que fascismo além de se repor da sua derrota histórica após II Guerra Mundial também continua muito vivo e na ofensiva. E face este facto inquestionável, as forças opositoras de há 70 anos nom som as mesmas quer no qualitativo quer no quantitativo. A consciência antifascista nom está nos seus melhores momentos, com certeza.
Após as terríveis imagens que nos estám a chegar, através das redes sociais na sua maioria do leste da Ucránia, a reaçom dos pasrtidos e coletivos de esquerda continuam a ser mínimos. E no caso ucraniano existem muito poucos debates referidos ao caráter nazi do governo de Kiev.
Bombardeiam populaçom vivil, negam a autodeterminaçom ao povo de Novoros, assassinam civís com armas proibidas. Que mais dados precisamos para denunciarmos estes factos e sair à rua?
Que a esquerda otánica de Santiago Alba Rico e seus mariachis e continuadores assegurassem, mais umha vez, que se tratava dum levantamento popular nom era para nos estranhar, que aplaudissem com as orelhas o ascenso ao poder dumha junta de governo neonazi, também nom é algo novo, mas que o resto da esquerda padeça esta passividade sim é completamente desesperante.
Precisaremos de imagens de campos de concentraçom para civís de Novofros para nos conscientizar? Com umha bagagem de solidariedade mínima face à Líbia ou Síria, a esquerda revolucioonária nom está disposta a inchar peito perante o antifascismo a que nos referimos. E fique com toda a clareza que se as agressons hitlerianas aos povos europeos da década dos 40 do século passado eram fascismo, também os ataques e agressons imperialistas ao Iraque, Líbia, Síria ou Ucraína som ataques fascista e quem justifica e bate palmas por ditas agressons é cúmplice do fascismo, ainda que se denomine de esquerda ou milite neste ou naquele coletivo social.
Condiçons de vida das pessoas da Líbia nos dias de hoje som um mistério já que nom existe qualquer informaçom divulgada polos meios de comunicaçom do poder burguês. Tanto para os meios de comunicaçom abertamente fascistas, como para os de direita, ou da seudo-esquerda. Mas muito temos de temer pola sua similitude às penalidades polas quais tivérom de passar os luitadores e luitadoras antifascistas da época do nazismo e fascismo. Naqueles anos havia consciência e luita... Que há hoje em dia? Que é o que fica daquele espírito antifascista?
Do mesmo modo que os nazis assassinavam populaçom civil lá onde iam, fai-no também o governo fascista ucraniano. Se Lidice (1) foi arrasada polo exército hitleriano e passados polas armas seus moradores, muito semelhante ao que fai sionismo na Palestina. Fascismo é sempre o mesmo e seus jeitos idênticos.
O que muda é o antifascismo...
Ou mudamos e nos apercebemos e começamos marginalizando essa esquerda otánica e "fixe" de batucada e recuperamos os valores e atitudes das pessoas daqueles anos, muitos dos quais repousam nos campos de Gurs, ou em pouco tempo veremos campos de refugiados, populaçons civís exterminadas e fascismo triunfante na burguesa e acomodada Europa. E há de ser com a complacência da Uniom Europeia a cada vez mais à direita e usando sem qualquer dissimulo tanto nazis como fanáticos religiosos islamistas.
Esse dia teremos que espabilar de qualquer jeito e nom inventaremos nada de novo. Terá de ser a quenda de agir e luitar como luitarom essas mulheres e homens cuja melhor homenagem nom é umha tabuleta senom recuperar seus valores.
Nota:
1- Lídice era um povo da Checoslováquia, lembrado por ser completamente destruido e os seus moradores assassinados, a instâncias de Adolf Hitler, polo exército nazi de ocupaçom durante a guerra, como represália ao ser executado pola resistência o hierarca nazi Heydrich.