"... o mapa geopolítico do futebol inverte em boa parte a ordem das potências econômicas: Estados Unidos e Ásia são "minipotências" periféricas, Europa e América do Sul são "as superpotências consagradas", e a África, graças ao futebol e só nele, uma potência emergente inserida simbolicamente "no jogo mundial do poder e da influência".
A Copa em andamento parece dar razão a esta observação. Caíram Inglaterra, Espanha, Itália, Portugal. Ficaram times como Colômbia, Costa Rica, Nigéria e Argélia. As antigas colônias desbancando ex-metrópoles.
Por outro lado, surpreendeu a classificação dos Estados Unidos. Afinal, em território estadunidense o futebol está longe de fazer sucesso. Um dos motivos para essa antipatia em relação ao esporte seria a anemia de seus números. Em 90 minutos de jogo, são, no máximo, cinco ou seis gols. Muito diferente da enxurrada de pontos dos esportes americanos favoritos.
Então, o que explicaria a evolução do desempenho ianque, além da ação do acaso, que é exatamente um daqueles atrativos do futebol que o público estadunidense não compreende? Difícil saber, mas será que a presença de sobrenomes como González, Rimando e Bedoya na seleção americana não ajudariam a explicar?
A classificação americana bem que poderia ser uma pequena vitória contra o racismo ianque. Se for isso, aplausos para a façanha. Mas, dentro do campo, pode parar por aí. Que a maior potência mundial recolha-se a sua merecida insignificância futebolística.