Ao meio-dia militantes de diversas organizações começaram a se reunir em frente à Prefeitura de Porto Alegre. Nesta quinta o foco não era ali, mas a tradição de atos naquele local levou para lá o começo da Copa das Manifestações na capital gaúcha. Com início tímido, o protesto chegou a juntar mais de duas mil pessoas durante a caminhada, que partiu da Prefeitura, circulou pelo Centro e chegou ao Largo Zumbi dos Palmares, também repetindo o trajeto mais comum dos atos chamados pelo Bloco.
Durante o percurso, também os cartazes estiveram de volta. Em defesa dos quilombolas, de mais democracia, contra a corrupção, e com um alvo recorrente: a Fifa, que também esteve presente na maior parte dos cânticos. No terminal de ônibus do Camelódromo, uma parada para, à luz de um sinalizador vermelho, gritar "quem não pula quer a Copa" e, claro, pular tudo o que as pernas aguentavam. Em toda a caminhada, ativistas entregaram panfletos aos transeuntes explicando o caráter nacional do ato e suas pautas principais.
No caminho, símbolos do capitalismo e da Copa do Mundo foram quebrados: agências bancárias, uma lancheria do McDonalds, propagandas da Coca-Cola, painéis informativos da Copa. Enquanto isso, a marcha seguia, com bateria, cantos e gritos. A polícia acompanhou tudo à distância, evitando o confronto. O grande aparato policial estava espalhado pela região central da cidade, mas longe das vistas dos manifestantes.
O encerramento do ato aconteceu perto das três da tarde, no Largo Zumbi dos Palmares. Enquanto os grupos organizados preparavam a dispersão, setores independentes começaram a chamar pelo prosseguimento da caminhada em direção ao Anfiteatro Pôr-do-Sol, onde acontecia a Fan Fest. Andaram algumas dezenas de metros e voltaram, sob o olhar de muitos policiais militares do Batalhão de Choque. Mais tarde acabaram seguindo sua caminhada conjunta, por pouco tempo. Durante alguns minutos, correria pelo Centro, com sirenes e cavalaria. Alguns detidos depois, tudo parou. No domingo, acontece o primeiro jogo da Copa em Porto Alegre. Amanhã, em assembleia, o Bloco de Luta deve definir as próximas manifestações.
As organizações que construíram o ato foram as seguintes:
União da Juventude Comunista – UJC
Alicerce
Coletivo Não Vai Ter Copa – RS
Comite Popular da Copa Porto Alegre
Amigos da Terra Brasil
Juventude Comunista Avançando – JCA
Juntos
Frente Quilombola
Coletivo AnarkaFeminista Putinhas Aborteiras
Tribuna Classista
Assembleia Nacional dos Estudantes Livre
Unidade Vermelha
Coletivo Tecer Amanhãs
Resistência Popular
Sindisprev-RS
Diretório Acadêmico de Educação Física – DAEFI UFRGS
Centro de Estudantes de História – CHIST UFRGS
Centro de Estudantes de Ciências Sociais – CECS Coletivo UFRGS
Federação do Movimento Estudantil de História – FEMEH
Federação Anarquista Gaúcha – FAG
Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física – EXNEEF
Encontro dos de Baixo
Levante Popular da Juventude
Movimento Nacional da População de Rua – MNPR-RS
Frente Estadual Drogas e Direitos Haumanos – FEDDH
Movimento Revolucionário Socialista – MRS
Sindicato dos Trabalhadores em Correios – SINTECT
Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha – SIMCA
Movimento Autônomo Utopia e Luta
Cambada de Teatro Ação Direta Levanta Favela
Vamos à Luta
Centro Acadêmico Arlindo Pasqualini – CAAP/Famecos
DCE PUCR$
Diretório Acadêmico da Comunicação – DACOM UFRGS
Grêmio do Ernesto Dornelles
Centro de Estudantes de Letras
Assembleia Nacional dos Estudantes Livres – Anel
Foto e vídeos no site do Jornalismo B, parceiro do Diário Liberdade.