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Milton Temer

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Coreto da Praça

Dilemas da esquerda no governo do "neoPT"

Milton Temer - Publicado: Segunda, 05 Mai 2014 15:32

Emir Sader faz excelente artigo sobre a necessidade de democratização da mídia e da omissão do governo Dilma em relação a esse tema fundamental.


Mas impossível não registrar a lentidão de raciocínio do prezado intelectual. Levou onze anos para constatar o que já aparecia na posse de Lula, em sua primeira entrevista como presidente, sentadinho na bancada do Jornal Nacional da TV Globo, se submetendo ao comando do casal que então apresentava o programa.

 
Me lembro do telefonema que, então, ainda apostando no governo "democrático e popular" que terminava de adentrar ao Planalto, dei para o chefe da Casa Civil - José Dirceu - indignado com aquela exclusiva.
 
Eu lembrava ao ministro-chefe que, a exemplo de um antecessor apenas liberal, até conservador, mas digno - Tancredo Neves -, Lula tinha obrigação de se apresentar em uma coletiva no Congresso Nacional. Aberta a jornalistas brasileiros e correspondentes estrangeiros. E que não era necessário reproduzir o tom corajoso então empregado por Tancredo, quando prometia não aceitar discussão da dívida externa brasileira "à custa do sangue do povo brasileiro". Mas que pelo menos não nos impusesse o constrangimento de ver na emissora que lhe havia imposto uma manipulação fraudulenta do debate que deu a vitória a Collor na vibrante, politizada e quase vitoriosa campanha de 89.
 
Dirceu não me contestou na avaliação negativa. Mas se limitou a registrar que deveria tratar-se de algum acordo feito durante a campanha e sobre o qual ele não teria tido interferência.
 
Ali se dava a rendição de Lula, junto com a indicação de Henrique Meirelles, deputado tucano eleito na mesma eleição, para a presidência do Banco Central, de molde a, em parceria com o "consultor" Antonio Palocci, dar continuidade, com folga em favor do grande capital nos índices de metas - ao que vinha sendo feito pelo mandarinato de FHC. Junto, também, com Sarney para a presidência do Senado, deixando selada uma aliança com a direita que hoje se afirma mais consolidada ainda.
 
Reclamar agora, Emir, e pedir providências que certamente não serão implementadas pelo governo Dilma, no sentido de democratizar o que já deveria ter sido feito desde onze anos atrás. É apenas livrar a própria consciência do fato de não ter coragem de rever esse apoio incondicional que você lidera à guinada ideológica trágica que o governo "neoPT" realizou contra o saudoso e heroico PT.
 
Nota: o título do artigo foi dado pela equipe brasileira do Diário Liberdade.

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