De armas na mão, os Panteras patrulhavam as ações dos policiais. Mas seus fundadores jamais defenderam o confronto aberto ao aparato policial. Ao verificarem abusos, se limitavam a exigir que a lei fosse respeitada por aqueles que deveriam zelar por seu cumprimento.
Ao agir desse modo, os Panteras não cometiam nenhum crime. Apenas invocavam a segunda emenda da constituição dos Estados Unidos, que dá direito a qualquer cidadão de portar armas para sua defesa.
Um dos fundadores da organização foi Bobby Seale. Em seu livro "Seize the Time: The Story of the Black Panther Party and Huey P. Newton", ele chega até a defender a criação de uma polícia de caráter comunitário.
O perfil militar dos Panteras era um modo de atrair a juventude e as lideranças populares para sua principal proposta: a educação política e a auto-organização dos explorados. Entre os programas criados por eles, estavam o café da manhã gratuito para crianças, as "Escolas da Liberdade", clínicas gratuitas de saúde e cooperativas de habitação.
Os Panteras Negras combinavam legalidade armada com disputa de hegemonia. Desta combinação também fazia parte o combate a quem defendia um racismo negro contra brancos. Para eles, a questão central era de classe.
É fundamental conhecer melhor esta importante experiência da esquerda mundial.