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Joám Lopes

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Nom somos nada!

Joám Lopes - Publicado: Sexta, 31 Janeiro 2014 19:26

É bem sabido que a Galiza destaca por bem pouco, mesmo se calhar por nada. Nos telejornais, aparecemos na última sobre o assassínio de Asunta, ou nas novidades do seqüestro de Cambre, pode que na enésima homenagem aos de Angrois, que documentam também aquele dito da Terra Ancha: " Se o galego che sai bom, será o melhor, se mau, nom o há pior". Adoitamos também dar que falar no tempo.


Difícil que umha ciclogénese nom comece por aqui, ou que as ondas nom se ergam ameaçantes sem deixar os marinheiros sair. No verao nom damos feito a retirar nuvens. Mas ainda assim, atençom: também nom somos os reis da chuva, nem as rainhas das precipitaçons. Há um povo, um povo do Sul espanhol que algum dia foi Al Andalus, que ano após ano resiste e supera todas as espetativas umha e outra vez. Chama-se Grazalema. Em qualquer conversa de taberna, de escritório ou mesmo de intimidade de quarto de hotel clandestino, nom há dúvida, é onde mais chove.

O outro dia umha apresentadora do tempo, suponho que física ou geógrafa, voltou a repetir o mantra. Chuvas em Grazalema, o lugar de mais precipitaçons do nosso país. E como o país dela é todo o império e ainda tantas vezes toda a península, pois nessas estamos. Bem é verdade que dous dias depois houvo quem no mesminho palco retrucasse daquela maneira, Grazalema, onde choveu 2.700 litros no ano 2013, junto a pontos da Galiza, e norte de Navarra, onde mais chove. Se nom ganharmos, empatamos, ou como é! Há também um tempo um jornalista em La Coz, suponho que entendido na matéria, afirmava com ar de andar rachando mitos galegos que isto é verdade. Que há muita falsidade nacionalista e que para deconstruir, ele.

De nada vale, pois, fazer as contas e somarmos os dados fornecidos para o ano 2013 polos nossos de Meteogalicia (que, segundo alguns amigos de Terra Ancha, sobram). Para que a ciência?

Ano 2913: Boiro, 2809,3; Fornelos, 3292,6; Cuntis, 3376,8 e Lousame, que este ano foi o topo, 3439,2 litros por metro. A única explicaçom para a negaçom é que como se sabe na Galiza nem os metros som metros nem o litro e tal, diram os espanhois, sempre com razom. Algum ao pior ainda matina que alguém viaja polas estaçons com o cazo, enchendo pluviómetros.

Mas que pouco científicos somos, diram os honrados, sempre com fachenda de sabedores de todas as armadilhas, o que conta nom é um ano, é a série e aqui de seguro que a TVE, a malta, os amantes clandestinos e os jornalistas anti-mitómanos tenhem razom.

Para isto tiramos do Atlas climático de Espanha e Portugal e que nós fugindo da mixtificaçom de geografia e política imos chamar Ibérico. Recomendo-o, podem baixá-lo da AEMET e ainda lê-lo no nosso idioma na sua variante lusa, ainda profanando mais um mito.

Para a série estudada de 1971-2000, as zonas de mais precipitaçons som, o nosso sudoeste com especial marca nas estaçons sinaladas e algumha mais, na vertente Sul do Gêres já no vizinho e amado Portugal e na regiom de Euzcalherria que fai fronteira entre Navarra e Gipuzcoa. Confirma sem dúvida o que alguns sabíamos desde que estudamos, mas nom podíamos ousar chovinizar. Nom tem importáncia, a que vem isto! Que mais tem?

Nom haverá maneira e já se sabe "Galego rijoso, da nojo"

Grazalema povo lindo e de gente boa, já sei, o demo me leve, que nom tés culpa.


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