Clóvis Rossi, jornalista e colunista da FOLHA DE SÃO PAULO, um jornal das elites de São Paulo (um país vizinho que fala a mesma língua e faz fronteira com o Brasil), em considerações sobre a carta de Snowden, afirma que a presidente do Brasil agiu com sensatez. Segundo ele, porta-vozes não oficiais do Itamaraty entendem que as relações Brasil e Estados Unidos não estão num mar de rosas e neste momento é preferível ficar bem com os norte-americanos a acolher Snowden.
No mesmo artigo diz que Snowden prestou um serviço a humanidade e aos direitos humanos ao revelar os esquemas de espionagem dos EUA e com isso salvar milhões de vida.
É um contra senso. Ficar bem com os EUA e impedir que os documentos em poder de Snowden, que mostram o império terrorista de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A sejam revelados e salvem outras vidas.
Edward Snowden não formalizou um pedido de asilo. Fez uma carta aos brasileiros onde afirma que iria sentir-se tranquilo para dar a público os documentos que dispõe e mostrar toda a barbárie que permeia o mundo nas asas da organização terrorista e capitalista.
A frase de Dilma foi mais um fiasco da presidente, refletiu a posição que lhe foi passada pelo Itamaraty e dita como um elefante numa loja de louças.
Que os direitos humanos sejam deixados de lado, a violência contra povos do mundo e cidadãos permaneça, mas é importante estar bem com os EUA. O Brasil, ineficiente na área de informações e inteligência, não teria tido conhecimento que era espionado, inclusive a própria presidente, não fossem os documentos já mostrados.
Snowden está na Rússia com asilo provisório e sabe que sua situação depende do curso das relações Rússia e EUA, hoje também em ponto morto.
Como Julian Assange, fundador do WIKILEAKS, asilado na embaixada do Equador em Londres há mais de um ano e contrariando todas as normas internacionais, sem que lhe seja dado o salvo conduto.
A vida humana, os direitos humanos passaram a ter menos valor que "ficar bem com os EUA". E referir-se a Snowden como "indivíduo", em tom depreciativo, numa negativa antecipada a um pedido de asilo.
Somos um País dependente, cada vez mais produtores e exportadores de matérias primas como no século XIX e início o XX, inseridos num processo de globalização que é apenas a "globalitarização" definida pelo geógrafo Milton Santos, a força das armas e as regras do que o papa Francisco chamou de "deus dinheiro".
Compramos caças suecos cuja eficiência é desconhecida, mas parte de sua tecnologia é fornecida pelos EUA. Acreditamos estar equipando nossas forças aéreas contra eventuais situações de conflito. Aviões que não sairão de suas bases em caso de necessidade.
Damos o pré-sal em garantia para evitar que a crise norte-americana e europeia se abata sobre nossas plagas e jogamos o futuro para o ar, num mundo cada vez mais estúpido.
Temos a mídia controlada por seis famílias e distorcendo, mentindo, fabricando fatos, omitindo a cocaína de dois senadores, um deles pré-candidato presidencial.
E uma justiça falida nos destemperos de um presidente do STF envolvido em episódios de corrupção e dono de um ódio maior que o Brasil.
Na maior cidade do País os grandes proprietários de imóveis se rebelam e contam com a cumplicidade do poder Judiciário para não pagar impostos justos.
A educação é tratada como lixo e em meio a tudo isso "é importante estar bem com os EUA" e o defensor dos direitos humanos e provas da boçalidade de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A vira "um indivíduo", que no jargão dos repórteres policiais significa um marginal.
Dilma perdeu uma boa oportunidade de ficar calada e bem com o Brasil, não importam os índices de popularidade. Decorrem de programas sociais sim, mas da crônica incompetência da oposição também.