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Laerte Braga

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Livre expressão

Barril de pólvora

Laerte Braga - Publicado: Quinta, 05 Dezembro 2013 17:53

Não sei se Dilma Rousseff tem consciência que está assentada sobre um barril de pólvora. A oposição, no desespero de seu fracasso, mais a mídia, pronta às mentiras costumeiras no período eleitoral e todo o conjunto de forças das elites brasileiras (banqueiros, latifundiários e grandes empresários). Basta um fósforo e uma chama de tudo vai pelos ares.


A presidente tem se mostrado capaz de superar obstáculos junto a opinião pública. Em seguida a onda de protestos de junho e julho, quando sua popularidade caiu, já está lá em cima outra vez e com um cenário que, hoje, implicaria vencer as eleições no primeiro turno.

Lula, em declarações feitas a alguns jornalistas, afirma que o ideal é que o PT permaneça no poder até 2022. Significa dizer que Dilma deve ser reeleita e ele eleito em 2018 para completar um ciclo de "mudanças" que não mexem na infraestrutura política e econômica do País, pelo contrário, mantém as portas abertas ao capitalismo e sua fracassada invenção de "capitalismo a brasileira", como se isso fosse possível.

O projeto de Collor de Mello era governar o Brasil até 2020. Primeiro presidente e depois primeiro-ministro. Foi por água abaixo. É lógico que não comparação entre um e outro.

A sensação que Dilma Rousseff causa é que ou conheceu Néstor Rossi, ou segue sua máxima de "toco y me voy". Rossi era um fenômeno como jogador de futebol, Rousseff é menor que o cargo que ocupa.

Mas é o que tem feito, toca e se vai. E tem dado certo. Não com o brilho de Rossi, mas com a incompetência da oposição.

No fundo muito pouca coisa mudou. As privatizações de FHC continuam privatizadas, aumenta o número de empresas e setores estratégicos da economia entregues ao capital privado agora sob o nome de concessão, o Brasil cada vez mais se entrega aos braços da globalização que hoje não passa de uma ideia de governo mundial sob a batuta de Washington e as cordinhas movimentadas em Tel Aviv.

Não temos política externa. Não há percepção do que representa a entrada da Colômbia na OTAN (ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE) e nem da grande mancada de Lula no acordo de livre comércio com Israel, ou nos acordos que a organização ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A tem firmado com países na América do Sul e outras partes do mundo.

No arsenal atômico que está sendo comprado pela Arábia Saudita ao Paquistão. Há saudações ao governo do Irã pelo acordo recém firmado, o mesmo proposta pelo Brasil e bem melhor, nos anos Celso Amorim e recusado por Obama. Não percebem, ou se percebem olham para o outro lado, que o Irã tem um arsenal nuclear, como Israel também.

Em matéria de segurança o Brasil confunde garantia de soberania e integridade do território nacional com policia militar, uma excrescência, sentando a borduna em professores, estudantes, camponeses e trabalhadores da cidade, ou um juiz condenando um morador de rua a seis anos de prisão mesmo indo contra um laudo pericial.

A mídia é podre, é venal, o WIKILEAKS já mostrou que está a serviço do capital estrangeiro e todo mundo esconde 450 quilos de cocaína de dois traficantes senadores (um deles pré-candidato a presidente) e um deputado. O piloto é o culpado.

Mas delicia-se em orgasmos doentios diante do martírio de inocentes presos por conta de um tresloucado que ocupa a presidência da chamada corte suprema.

O máximo que a presidente faz é sinalizar aos tucanos, via ministro da Justiça, que eles também estão sobre um barril de pólvora, o escândalo do metrô.

2014 não vai ser só o ano da copa do mundo, programa da FIFA, outro dos acionistas do Brasil. Vamos ter a mais baixa e podre eleição presidencial de todos os tempos e justiça seja feita não é culpa de Dilma. Ela apenas toca e se vai e talvez esteja aí o segredo de seu sucesso.

Estamos sendo encurralados na Amazônia, estamos ao alcance dos norte-americanos e sionistas ao sul do País, estamos minando o nosso interior com latifundiários que decidem pelo governo, massacrando as populações indígenas, deixando de lado e assassinando lideranças camponesas e servindo o bolsa família como prato principal, mas não faz com que o Brasil deixe de ser um País manco.

Somos dependentes em tecnologias básicas, pagamos royalties, quando poderíamos desenvolvê-las aqui e até hoje, desde FHC, o governo não conseguiu comprar aviões para reequipar a força aéreas que manifesta, por seus pilotos, preferência pelo SU fabricado na Rússia.

O grito que vem de Washington faz Dilma assentar e tampar os ouvidos, além de não resolver nada.

A passo de tartaruga as pesquisas e verbas para o submarino nuclear brasileiro e sucateadas a IMBEL e a ENGESA.

Não há um projeto Brasil, só o PT pensando em chegar a 2022 no poder e em cima de um barril de pólvora.


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