O golpe tem a cumplicidade das elites e da igreja católica, orquestradas pelo embaixador dos Estados Unidos Lincoln Gordon e da mídia brasileira. Jango, como era conhecido o presidente, refugia-se no Uruguai, milhares de brasileiros são presos, centenas somem em meio ao regime de terror (tortura, estupros e assassinatos), inicia-se em primeiro de abril, dia consagrado à mentira, um regime de terror e ódio.
No curso do processo é feito um expurgo nas forças armadas, oficiais e praças legalistas são afastados e uma operação denominada Condor é organizada pelos EUA entre as ditaduras latino-americanas, notadamente Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, mas com alcance em toda a América do Sul, quando são eliminadas lideranças de oposição.
Carlos Pratts, general chileno que se opõe a Pinochet. Juan José Torres, ex-presidente da Bolívia, que se opõe a ditadura, Orlando Letelier, ex-ministro do governo de Salvador Allende e são suspeitas as mortes de João Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos ex-presidentes do Brasil.
Brasileiros desaparecem em países onde estavam exilados, reaparecem mortos depois de tortura no Brasil, caso do major Cerveira, preso na Argentina, levado para o Uruguai e morto nas dependências do DOI/CODI, aparelho de repressão criado sob a orientação do norte-americano Dan Mitrione (mais tarde executado pelos Tupamaros em Montevidéu), o Brasil vive 20 anos debaixo do tacão nazista dos militares golpistas, com golpes e contra golpes dentro do próprio regime, o último deles, quando rasgam a Constituição e rejeitam Ulisses Guimarães, presidente da Câmara como presidente interino diante da doença de Tancredo Neves que morreu antes de tomar posse.
O Brasil continua a ser o único País latino-americano a resistir ao levantamento de dados do período (as torturas, os estupros e os assassinatos), ao contrário de Chile, Argentina e Uruguai, nossas forças armadas continuam, em sua grande maioria, impregnadas pela doutrina fascista que resultou em 1964.
O grande irmão 20 anos antes da previsão de George Orwell e com cara de pastelão, mas brutalidade de Hitler.
Passam pelo governo desde generais histriônicos como Costa e Silva e Figueiredo e sanguinários como Garrastazu Médici.
Ao contrário do que se costuma pensar, a primeira grande greve a abalar o regime militar é a dos professores de Minas Gerais, no final da década de 70.
Professores, historicamente, são tratados no Brasil como trabalhadores de segunda categoria e submetidos a um regime quase que de escravidão, seja pelos baixos salários pagos pelos governos que lotam os cofres das empreiteiras e dos bancos, atendem a predação dos latifundiários, seja pelos baixos salários, seja pela falta de condições de trabalho.
Se viu, ainda agora, um dos candidatos a presidente, Eduardo Campos, inaugurar uma escola já pronta há sete meses, só para fins eleitoreiros e gravar sua propaganda eleitoral, a do seu partido, dito socialista, numa escola privada como se fosse pública, cercado de alunos transportados e obrigados a comparecer, tudo com dinheiro público, no arremedo de democracia tutelada que temos.
Somos um País manco. Abrimos mão de desenvolver tecnologias próprias e possíveis quando o agente norte-americano Fernando Henrique presidiu e privatizou os setores essenciais da economia e vamos, pouco a pouco, nos leilões e concessões de Dilma Rousseff nos transformando numa colônia do imperialismo norte-americano/sionista.
Os sionistas já controlam a maior parte da nossa indústria bélica desde o malfadado acordo assinado por Lula com Israel, acordo de livre comércio. Avançam sobre o Brasil sem qualquer escrúpulo, como avançam sobre o mundo inteiro.
Professores do município do Rio de Janeiro entram em greve, neste ano de 2013, 49 anos após o golpe que derrubou Jango, em busca de salários dignos e condições de trabalho.
O governador do estado, um dos mais importantes de outro arremedo, a Federação, Sérgio Cabral e seu aliado o prefeito Eduardo Paes resolvem o problema com repressão. Violência e barbárie a partir de uma anormalidade em qualquer processo democrático, Polícia Militar.
Bombas de gás, sprays de pimenta, armas de choque, balas de borracha e agora tiros aleatoriamente, todo esse instrumental remanescente da ditadura usado contra trabalhadores.
Prisões são feitas, agressões se consumam na via pública, a impunidade dos animais que vestem farda garantida pelos comandos, a mídia deturpando o noticiário e fugindo da cobertura direta (caso da REDE GLOBO que cobre a distância, pois é um dos alvos dos grevistas e dos cidadãos lúcidos pelo hábito do crime, sonegação, mentira, fraudes) e surge agora a figura dos "traidores da pátria", um grupo de jovens que não sabe muito bem o que quer, mas sabe que é preciso lutar, e lutar nas ruas, o governo federal é deles, dos donos do Brasil.
É o trabalhador redescobrindo a importância da luta. Precisa agora redescobrir o sentido da luta, a razão de ser e enxergar no modelo a perversidade que é histórica e vai se agravar mais ainda se resistência não houver.
"Traidores da pátria".
E os golpistas de 1964? Os que fogem da comissão da verdade? Os torturadores, estupradores, assassinos?
Com o Executivo fraco, o Legislativo corrupto em sua maioria e o Judiciário desmoralizado quem trai quem?
Nunca é demais lembrar, pois refugiam-se no tal "patriotismo", a frase de Samuel Johnson, pensador e político inglês dos fins do século XIX e inicio do século XX – "o patriotismo é o último refúgio dos canalhas". E como acrescentou o notável jornalista brasileira Millôr Fernandes – "no Brasil é o primeiro".
Andam impunes pelas ruas massacrando trabalhadores. Seja fardados de PMs, excrescência que restou da ditadura, seja montados nas suas patentes de covardes.