Gaspari diz que o banco estatal investiu perto de R$ 20 bilhões em "empresas companheiras". Entre elas, as de Eike Batista e a "supertele" Oi, que já nasce com uma dívida de R$ 45,6 bilhões. Outras apostas desastradas foram as fusões da Aracruz com Votorantim e da Marfrig com JBS.
Enquanto isso, no mesmo dia, Carta Maior publicava o artigo "'Não existem mais burguesias nacionais', afirma Leo Panitch". O texto de Rodrigo Mendes destaca alguns pontos da palestra do professor da Universidade de York, no Canadá, ministrada na Universidade Federal do ABC.
Como diz o título da matéria, Panitch questiona o uso do conceito "burguesia nacional". "Pelo grau de integração entre as multinacionais dos estados ricos, as burguesias agora são internacionais", diz ele.
Panitch é marxista e segue o mestre na capacidade de ousar nas reflexões sobre a realidade. Ele nega, por exemplo, a ideia de que governantes obedeçam aos grandes capitalistas. O próprio Estado seria parte da acumulação capitalista. É por isso que afirma:
Os empresários não dizem para o PT o que fazer. Como podemos dizer que o PT segue o que a burguesia manda? Não é isso que acontece, não há uma 'mente' que diz o que o governo deve fazer. O Estado é dependente da acumulação capitalista.
Faz sentido. Mas o PT continua querendo uma burguesia pra chamar de sua.