Segundo o texto de Edson Sardinha, foram dezenas de feridos e 160 pessoas detidas nas três capitais. Em cada uma delas, a ação policial foi abusiva e ilegal. Em todas elas, os governantes de cada sigla partidária assistiram a tudo em criminoso silêncio.
Entre os participantes das manifestações iniciadas em junho, há quem peça o fim dos partidos. Defendem apenas uma grande e poderosa organização política, unida em torno dos interesses da "pátria". É o velho sonho fascista que já causou tantos pesadelos.
Não à toa, o fascismo brasileiro recebeu o nome de integralismo. Todos deveriam se integrar a um único corpo, sem separações e discordâncias. Toda contestação seria considerada traição a ser punida sumariamente.
O partido dos integralistas durou apenas seis anos. Nosso conservadorismo autoritário e violento não precisava dele. Desde os porões da ditadura do Estado Novo às masmorras criadas pelo golpe de 1964, o aparato repressivo militar só vem se fortalecendo.
Em uma "pátria" administrada pelos vassalos políticos do poder econômico, a turma dos quartéis faz o que quer. E não apenas em manifestações. De 2001 a 2011, mais de 10 mil pessoas morreram em confrontos com a polícia. A grande maioria formada por pobres, como o pedreiro Amarildo de Souza. Mas há casos como o da engenheira Patrícia Amieiro.
Já temos um grande e poderoso partido. Ele marcha anualmente. Mata todos os dias.